Israel intensificou os preparativos militares para uma nova ofensiva anunciada em Gaza, após quase dois anos de conflito com o Hamas.

As forças israelenses estão sendo preparadas logisticamente e operacionalmente para operações de combate prolongadas e para a mobilização em larga escala de reservistas, declarou um comunicado militar.

Vários veículos de comunicação do país informaram que a primeira leva de 40 mil reservistas convocados está retornando às suas unidades.

O Exército informou que as tropas estão realizando uma série de exercícios de treinamento de combate em áreas urbanas e abertas, visando aprimorar sua prontidão para as próximas missões, em meio aos ataques israelenses na Faixa de Gaza.

Ainda ocorrem ataques.

Na Faixa de Gaza, 56 pessoas faleceram em ataques aéreos israelenses na terça-feira, de acordo com a Defesa Civil Territorial – uma organização de assistência médica que atua sob a autoridade do Hamas desde que o movimento islâmico assumiu o controle da região, em 2007.

Leia também:

Reino Unido impõe 90 novas sanções à infraestrutura petrolífera da Rússia e terminais na China

Venezuela denuncia EUA por facilitar narcotráfico no Caribe e ignora o Pacífico

Cortes de financiamento podem deixar 13,7 milhões em fome extrema, alerta PMA sobre Haiti, Somália e Sudão

O Exército israelense declarou estar investigando as mortes, enfatizando que é muito difícil coletar informações sem o horário e as coordenadas exatas dos eventos mencionados.

Devido às dificuldades de acesso de jornalistas à região, não é possível verificar de forma independente os relatos e informações das diferentes partes envolvidas. Contudo, imagens registradas por um jornalista da AFP em Tel el-Hawa, um bairro ao sul da Cidade de Gaza, mostram socorristas do Crescente Vermelho removendo o corpo sem vida de uma menina dos escombros, totalmente coberto de poeira.

“Acordamos dormindo em nossas casas e, de repente, despertamos com o ruído de bombardeios e destruição. Descobrimos a maioria de nossos vizinhos mortos ou feridos,” informou Sanaa al-Dreimli, à AFP.

Apesar da crescente pressão, tanto externa quanto da opinião pública israelense, para finalizar a guerra, que causou um desastre humanitário na Faixa de Gaza, o governo ordenou ao Exército que iniciasse uma nova operação na cidade de Gaza, com o propósito de eliminar o Hamas e resgatar os reféns ainda mantidos na região costeira sitiada.

A Organização das Nações Unidas estima que cerca de um milhão de pessoas residam na área da Cidade de Gaza e regiões circundantes, onde foi declarada situação de fome.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, aprovou, no final de agosto, os planos militares para a conquista de Gaza, permitindo a mobilização de aproximadamente 60 mil reservistas.

Diversos reservistas estão abandonando suas vidas, famílias e empregos pela quarta ou quinta vez desde o início da guerra, iniciada pelo ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.

Fonte por: Carta Capital