Israel lança operação terrestre em Gaza; em 24 horas, 92 palestinos falecem em fila de alimentos e 19 por inanição
Primeiro-ministro britânico descreve ação como “intolerável”; funcionários da agência da ONU em Gaza sofrem de fome.

As Forças Armadas de Israel lançaram nesta segunda-feira (21) uma operação terrestre no centro da Faixa de Gaza. Tanques entraram na cidade de Deir Al-Balah pelas áreas sul e leste.
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A razão apresentada foi que o Hamas detinha alguns prisioneiros no local. De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), entre 50 mil e 80 mil indivíduos estavam presentes nessa área.
A nova ofensiva se verifica no mesmo dia em que 25 países – alguns deles aliados de Israel – criticaram as ações em Gaza e solicitaram o término imediato dos confrontos.
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Reino Unido, França, Bélgica, Canadá, Austrália e Nova Zelândia estão entre os signatários da declaração que foi divulgada nesta segunda-feira.
A recusa do governo israelense em fornecer assistência humanitária crucial à população civil é inaceitável. O documento aponta que Israel deve colaborar com suas obrigações do direito humanitário internacional.
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Após saber da operação desta segunda-feira em Deir Al-Balah, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou a ação de “intolerável em muitos níveis”.
Morte por fome e aguardando alimento.
As operações terrestres prosseguem enquanto o ataque persiste. Nas últimas 24 horas, 134 palestinos faleceram por Israel. Desses, 92 foram mortos por tropas israelenses ao aguardar alimentos em fileiras de distribuição nas áreas de travessia de Zikim e nas cidades de Rafah e Khan Yunis.
Dezesseis pessoas faleceram devido a complicações relacionadas à falta de alimentos, de acordo com dados das autoridades de saúde em Gaza.
Desde o início da mais recente fase do genocídio palestino, Israel intensificou o bloqueio contra a Faixa de Gaza e restringe a circulação de água, alimentos e medicamentos. O país já foi criticado pela ONU por utilizar a fome como um instrumento de guerra.
A Organização das Nações Unidas emite alerta sobre a fome.
A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) relatou na segunda-feira que estava recebendo “mensagens desesperadoras de fome” de sua equipe na Faixa de Gaza, sob cerco após mais de 21 meses de conflito.
Este aviso acompanha os comunicados habitualmente divulgados pela agência e por várias organizações não governamentais, que há meses alertam sobre os riscos de insegurança alimentar no território palestino, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam condições humanitárias graves.
A Defesa Civil municipal e a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) apontaram um crescimento significativo dos casos de desnutrição nos últimos dias, com a assistência humanitária sendo prestada em quantidades mínimas.
A UNRWA, em comunicado formal, alertou sobre o crescente especulativo nos preços dos alimentos em Gaza e solicitou que Israel interrompa o bloqueio.
Solicitou-se que se levantasse o bloqueio e se permitisse a entrada de assistência com segurança e em grande escala, conforme afirmou a agência, que alegava possuir reservas suficientes em seus depósitos fora de Gaza para sustentar “toda a população por mais de três meses”.
Mohamed Abu Salmiya, diretor do Hospital al-Shifa em Gaza, declarou à agência AFP que “bebês menores de um ano sofrem com a falta de leite, o que provoca perda considerável de peso e redução da imunidade”.
Desde o dia 7 de outubro de 2023, as forças israelenses e o governo de Benjamin Netanyahu têm promovido um genocídio na Faixa de Gaza.
A ofensiva já ceifou a vida de mais de 58.800 indivíduos, conforme informações do Ministério da Saúde de Gaza.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.