Tropas israelenses consideram que os últimos reféns detidos pelo Hamas se encontram na área; foram dadas ordens de evacuação aos palestinos no local.
Tropas israelenses avançaram para as áreas sul e leste da cidade de Deir Al-Balah, no centro de Gaza, pela primeira vez na segunda-feira (21), uma região onde militares israelenses afirmam que alguns dos reféns ainda podem estar.
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Médicos de Gaza relataram que pelo menos três palestinos morreram e vários ficaram feridos em ataques de tanques que destruíram oito residências e três mesquitas na zona, um dia após militares ordenarem a evacuação dos moradores, justificando a medida com a alegação de que pretendiam combater militantes do Hamas.
O ataque e o bombardeio obrigaram dezenas de famílias que haviam permanecido fugindo a seguir para o oeste, em direção à área costeira de Deir Al-Balah e a vizinha Khan Younis.
Em Khan Younis, na segunda-feira, um ataque aéreo israelense ceifou a vida de pelo menos cinco pessoas, entre elas um homem, sua esposa e seus dois filhos, em uma barraca, de acordo com médicos.
Não houve declarações imediatas do governo israelense sobre os incidentes em Deir Al-Balah e Khan Younis.
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O exército israelense declarou que não entrou nos distritos de Deir Al-Balah sujeitos à ordem de retirada durante o conflito atual e que continua “a operar com grande força para destruir as capacidades inimigas e a infraestrutura terrorista na área”.
A informação divulgada por fontes israelenses indica que a permanência contínua do exército se deve à suspeita de que o Hamas possa estar detendo reféns no local. Estima-se que pelo menos 20 dos 50 reféns restantes em cativeiro em Gaza ainda estejam vivos.
Os familiares dos reféns manifestaram preocupação com seus entes queridos e solicitaram uma explicação do exército sobre como garantir sua proteção.
A intensificação da ofensiva militar ocorre em um momento em que órgãos de saúde de Gaza alertam para possíveis “mortes em massa” nos próximos dias, devido à crescente fome, que já matou pelo menos 19 pessoas desde sábado (19), segundo o Ministério da Saúde do território, vinculado ao Hamas.
As autoridades de saúde informaram que os hospitais estão enfrentando falta de combustível, assistência alimentar e medicamentos, o que pode resultar na interrupção de procedimentos essenciais.
O representante do Ministério da Saúde, Khalil Al-Deqran, declarou que a equipe médica necessita de uma refeição diária e que centenas de indivíduos procuram os hospitais diariamente, apresentando fadiga e esgotamento causados pela falta de alimento.
Setenta e mais indivíduos perderam a vida em decorrência de tiros israelenses no domingo (20), ao esperarem a chegada de caminhões de assistência humanitária da ONU em Gaza.
As tropas israelenses afirmaram que realizaram disparos de alerta contra uma multidão de milhares de pessoas no norte de Gaza para remover o que consideraram uma ameaça imediata.
As informações preliminares indicaram que os balanços de vítimas informados foram exagerados e que “não tinha a intenção deliberada de desviar esforços de assistência humanitária”.
O recente ataque e o aumento do número de vítimas estão dificultando as negociações de um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, que contam com a mediação do Catar e do Egito, com o apoio dos Estados Unidos.
Um líder do Hamas declarou à Reuters no domingo (20) que o grupo extremista estava insatisfeito com o aumento das mortes e a crise de abastecimento de alimentos no território palestino, e que isso poderia impactar significativamente as negociações de um cessar-fogo em curso no Catar.
O Exército de Defesa israelense afirmou, no domingo (20), que considera a transferência de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza uma questão de extrema importância e trabalha para viabilizar e facilitar sua entrada em coordenação com a comunidade internacional.
O conflito iniciou-se com ataques de militantes, sob a liderança do Hamas, a Israel em 7 de outubro de 2023, resultando na morte de 1.200 indivíduos e o sequestro de 251 reféns para Gaza, de acordo com informações israelenses.
A operação militar israelense em Gaza resultou na morte de mais de 58 mil palestinos, de acordo com dados de saúde, e causou o deslocamento de quase toda a população, gerando uma grave crise humanitária.
Fonte por: CNN Brasil
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Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.