Israel intercepção de embarcação com assistência humanitária destinada à Faixa de Gaza
Doze ativistas da França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Países Baixos navegavam no “Madleen” com a intenção de desobstruir o bloqueio israelense sobre o território palestino.

O barco humanitário “Madleen”, que transporta ajuda a Gaza com um grupo de ativistas a bordo, incluindo a sueca Greta Thunberg, foi desviado na madrugada de segunda-feira (9) pelas autoridades israelenses, que afirmaram que os passageiros deverão “retornar aos seus países”. “O ‘iate das selfies’ das ‘celebridades’ está navegando com segurança em direção às costas de Israel. Esperamos que os passageiros retornem aos seus países de origem”.
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A pequena porção de assistência no iate que não foi consumida pelos “celebridades” será transferida para Gaza por meio de canais humanitários reais, complementou a nota. O Ministério publicou imagens que ilustram a distribuição de alimentos e água aos passageiros da embarcação, que vestiam coletes salva-vidas. O veleiro da Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC, sigla em inglês), um movimento internacional não violento de solidariedade com os palestinos, partiu da Itália no dia 1º de junho com o objetivo de fornecer ajuda a Gaza.
Doze ativistas de diversos países (França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Países Baixos) viajam a bordo do “Madleen”, com o objetivo de “romper o bloqueio israelense” em Gaza, que enfrenta uma situação humanitária catastrófica após mais de um ano e meio de guerra. Após uma escala no Egito, a embarcação se aproximou da costa de Gaza, apesar das advertências de Israel, que ordenou ao Exército que impedisse a entrada do veleiro no território palestino.
A FFC comunicou na noite de hoje que o Exército interceptou a embarcação. “Perdemos o contato com a ‘Madleen’.” O Exército israelense abordou o barco, afirmou a ONG no Telegram. A tripulação foi “sequestrada pelas forças israelenses”, acrescentou o movimento. “Se você está assistindo a este vídeo, fomos interceptados e sequestrados em águas internacionais”, disse Thunberg em um vídeo programado divulgado pela FFC.
Repercussão midiática
A organização também denunciou “uma clara violação do direito internacional” e insistiu que a abordagem ocorreu em águas internacionais. “Israel não tem autoridade legal para deter os voluntários internacionais a bordo do ‘Madleen’”, afirmou a diretora da FFC, Huwaida Arraf. O Irã, inimigo de Israel, condenou a interceptação do navio e chamou a ação de “ato de pirataria”. A abordagem aconteceu às 22h02 de Brasília, domingo, segundo a ONG. Os passageiros desembarcaram no porto israelense de Ashdod, segundo o Ministério da Defesa.
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O governo israelense acusou nesta segunda-feira a ativista sueca “Greta Thunberg e outros” de terem tentado orquestrar uma provocação midiática com a única intenção de promover autopromoção. O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, anunciou no domingo a ordem para que o Exército impedisse a chegada de “Madleen” a Gaza.
O Estado de Israel não permitirá que ninguém quebre o bloqueio marítimo de Gaza, cujo principal objetivo é impedir a transferência de armas ao Hamas, uma organização terrorista responsável pelo sequestro de reféns e pela prática de crimes de guerra. Israel enfrenta forte pressão internacional para finalizar a guerra em Gaza, onde a população é bombardeada diariamente e está à beira da fome devido às restrições impostas por Israel, de acordo com a ONU.
Flota em 2010
A Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta, em comunicado publicado no sábado, sobre o “colapso do sistema de saúde na Faixa de Gaza” e declarou que não existem mais “hospitais em funcionamento no norte” do território. A guerra em Gaza entre Israel e o Hamas começou após o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino executado em território israelense em 7 de outubro de 2023.
O ataque resultou na morte de 1.218 civis israelenses, na sua maioria, conforme apurado pela AFP com base em informações oficiais. Deste total, 55 permanecem em cativeiro em Gaza, sendo que pelo menos 31 faleceram, de acordo com dados das autoridades israelenses.
Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU, até o momento mais de 54.770 palestinos, na sua maioria civis, faleceram devido à operação militar israelense. Em 2010, uma convoy internacional de oito navios de carga, que partiu da Turquia com quase 700 passageiros com o objetivo de romper o bloqueio da Faixa de Gaza, foi interceptada por uma operação militar israelense, resultando na morte de 10 ativistas.
Com informações da AFP.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.