Israel intensifica ataques a Gaza durante a visita de Rubio

O alvo principal do ataque é a cidade de Gaza, visando a erradicação do Hamas, de acordo com informações israelenses.

14/09/2025 10:02

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Israel intensifica ataques a Gaza durante a visita de Rubio
(Imagem de reprodução da internet).

As tropas israelenses demoliram pelo menos 30 residências em Gaza e obrigaram milhares de moradores a deixarem seus lares, informaram fontes palestinas. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, chegou na última segunda-feira (14) para abordar o futuro do conflito.

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Israel anunciou que pretende retomar a cidade, onde aproximadamente um milhão de palestinos buscaram refúgio, como parte de seu objetivo declarado de erradicar o Hamas, e aumentou a intensidade dos ataques no que considera o último reduto do grupo.

A liderança política do grupo, que participou de negociações sobre um possível acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, foi alvo de um ataque aéreo israelense em Doha na terça-feira (9), gerando críticas internacionais.

Leia também:

O Catar organizará uma cúpula árabe-islâmica de emergência na segunda-feira (15) para analisar os próximos passos.

Rubio afirmou que Washington desejava discutir a possibilidade de liberar os 48 reféns, dos quais se estima que 20 ainda estejam vivos, e a reconstrução da área costeira de Gaza.

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“O que aconteceu, aconteceu”, declarou ele. “Vamos nos reunir com eles (a liderança israelense). Vamos discutir o que o futuro nos reserva”, afirmou Rubio antes de ir para Israel, onde permanecerá até terça-feira (9).

Acordos sob ameaça.

O ataque ocorrido na terça-feira (9) em um território de um aliado dos EUA foi caracterizado como uma escalada unilateral, sem relação com os interesses dos Estados Unidos ou de Israel.

O secretário de Estado americano, Rubio, e o presidente dos EUA, Donald Trump, tiveram uma reunião com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, na sexta-feira (12).

Netanyahu firmou um acordo na quinta-feira (11) para prosseguir com um plano de expansão de colonias que reduziria as terras da Cisjordânia que os palestinos buscam para um Estado, uma ação que os Emirados Árabes Unidos advertiram poderia comprometer os acordos de Abraão, negociados pelos Estados Unidos, que estabeleceram relações entre os Emirados Árabes e Israel.

Organizações de assistência afirmam que uma ocupação israelense da cidade de Gaza seria desastrosa para uma população que sofre com a desnutrição generalizada.

A morte de mais dois palestinos por desnutrição e fome em Gaza foi confirmada nas últimas 24 horas, segundo o ministério da saúde do território, no domingo (14), elevando o número total de mortes por essas causas para pelo menos 422, incluindo 145 crianças.

Israel, que bloqueou toda a entrada de alimentos em Gaza por 11 semanas no início do ano, tem autorizado mais assistência no enclave desde o final de julho para evitar maiores dificuldades de abastecimento, embora as Nações Unidas afirmem que a quantidade necessária é muito superior.

Tel Aviv deseja que os moradores de Gaza abandonem a cidade antes do envio de mais tropas terrestres. Supõe-se que dezenas de milhares tenham partido, contudo, centenas de milhares ainda permanecem na região. O Hamas solicitou que as pessoas não saiam.

O exército israelense tem atuado em pelo menos quatro bairros da região oriental há semanas, convertendo, em pelo menos três deles, áreas residenciais em terrenos abandonados.

Os ataques se aproximam das áreas ocidentais do território, onde a população deslocada encontra abrigo.

Muitos se mostram resistentes a deixar o local, alegando que não há espaço adequado ou segurança suficiente na região sul, onde Israel indicou como zona humanitária.

Alguns argumentam que não têm condições de se ausentar, enquanto outros acreditavam que a cúpula de líderes árabes, realizada na segunda-feira (15) no Catar, forçaria Israel a interromper sua campanha militar prevista.

“O ataque aumentou em todos os lugares e desmontamos as barracas, mais de vinte famílias, não sabemos para onde ir”, declarou Musbah Al-Kafarna, refugiado na cidade de Gaza.

O Israel afirmou ter realizado cinco fases de ataques aéreos em Gaza na semana passada, com o objetivo de atingir mais de 500 alvos, como instalações do Hamas e de atiradores, edifícios com acessos a túneis e armazenamentos de armas.

As autoridades locais, que não diferenciam entre vítimas militantes e civis, afirmam que pelo menos 40 pessoas foram mortas por fogo israelense em todo o enclave, com no mínimo 28 falecidas na cidade de Gaza.

O Hamas afirma que as forças israelenses demoliram pelo menos 1.600 residências e 13.000 tendas a partir de 11 de agosto.

A campanha israelense de quase dois anos em Gaza causou a morte de mais de 64 mil pessoas, segundo dados locais. O conflito, iniciado após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns, conforme informações de fontes israelenses.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.