Israel e Irã: legítima defesa contra o terrorismo e a ameaça nuclear

Israel tomou medidas para assegurar sua existência, e, sobretudo, agiu para impedir que o mundo percebesse a magnitude da ameaça iminente.

17/06/2025 19:59

5 min de leitura

TEHRAN (IRAN(Islamic Republic Of)), 15/06/2025.- People drive as fire and smoke rise from Tehran’s oil warehouse in Tehran, Iran, 15 June 2024. Israel continues strikes on Iran’s nuclear program and energy facilities.  (Teherán) EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH
TEHRAN (IRAN(Islamic Republic Of)), 15/06/2025.- People drive as...

Israel não atacou o Irã por capricho. Não agiu por ambição geopolítica ou simples exibição de poder. O que se observou foi uma reação necessária e estratégica a anos de ameaças deliberadas, agressões sutis e, sobretudo, ao progresso acelerado de um programa nuclear conduzido por um regime que utiliza o terror como principal instrumento de política externa.

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Quando um país como o Irã, governado há décadas por um regime teocrático, autoritário e abertamente hostil, se aproxima da capacidade de produzir armas nucleares, o problema deixa de ser uma questão regional. Torna-se um risco direto à segurança de toda a comunidade internacional.

A Europa, Estados Unidos, países árabes moderados e, sobretudo, os vizinhos do Oriente Médio compreendem o que está em jogo: a chance de um dos regimes mais instáveis e agressivos do mundo obter sua posse de armas atômicas. Israel agiu para defender sua existência. No entanto, de maneira ainda mais relevante, agiu para impedir que o mundo despertasse tarde demais para a magnitude da ameaça que se aproximava.

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Um sistema que não oculta seus propósitos.

A liderança iraniana nunca buscou esconder suas intenções. Vários de seus representantes, de forma pública e consistente, já declararam o objetivo de erradicar Israel. Trata-se de declarações oficiais, amplamente documentadas em discursos, veículos de comunicação estatais e eventos internacionais.

Ademais, o Irã transformou o financiamento ao terror em política de Estado. O apoio financeiro, logístico e militar ao Hezbollah, ao Hamas e à Jihad Islâmica Palestina é inegável e amplamente documentado. Trata-se de anos de investimento em grupos que operam com o objetivo exclusivo de atacar Israel, assassinar civis e desestabilizar o Oriente Médio. Essa é a engrenagem de um regime que agora busca dar um passo ainda mais perigoso: agregar capacidade nuclear ao seu arsenal de ameaças.

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O programa nuclear representa uma ameaça que transcende as preocupações com Israel.

A obtenção de armas nucleares pelo Irã não é apenas uma questão de Tel Aviv. Representa um risco direto para o equilíbrio de poder na Ásia, na Europa e até mesmo nas Américas. Um Irã nuclearizado aumentaria sua capacidade de chantagem geopolítica, fortaleceria ainda mais os grupos terroristas que já financia e abriria espaço para uma corrida armamentista em toda a região.

O impacto da inércia pode ser devastador. Conflitos regionais podem evoluir rapidamente para crises de segurança global, com efeitos diretos em vias de comércio, fornecimento de energia e, naturalmente, na estabilidade internacional.

A legítima defesa de quem já não tinha outra opção.

Sob a ótica jurídica, Israel praticou a legítima defesa preventiva. Não por opção política, mas por necessidade absoluta de sobrevivência. A doutrina internacional, já consolidada há décadas, admite que um Estado possui o direito de agir diante de uma ameaça iminente, fundamentada em um histórico concreto de agressões e intensificada por avanços tecnológicos que podem tornar essa ameaça irreversível.

A ação de Israel não foi desproporcional. Foi precisa, estratégica e guiada pela lógica de evitar que um regime hostil desenvolvesse uma capacidade militar que pudesse representar um risco não apenas a um país, mas à segurança de todo um continente.

A postura lamentável do Governo Brasileiro.

A situação provoca estranhamento em relação à declaração oficial do governo brasileiro na sexta-feira (13). Ao criticar a ação legítima de Israel contra alvos militares ligados ao programa nuclear iraniano, o governo Lula não apenas revelou um descompasso preocupante com os princípios fundamentais de segurança internacional, mas também abordou o tema com uma atitude de superioridade inaceitável em relação a um regime que financia o terrorismo e ameaça a existência de outro Estado soberano.

A retórica do Itamaraty, ao declarar que o ataque israelense constituiria uma violação da soberania iraniana e do direito internacional, negligencia deliberadamente o contexto de ameaça existencial que Israel enfrenta há décadas. Em vez de reconhecer a gravidade da situação e o direito de autodefesa de uma nação permanentemente ameaçada, o Brasil optou por uma postura que, na prática, desconsidera o histórico de violência promovido pelo regime iraniano. Essa posição fragiliza a imagem internacional do país e coloca o Brasil em oposição às nações que compreendem a real dimensão do risco que o Irã representa.

Quando a bravura supera a covardia global.

Diante de um governo que transforma a destruição alheia em política oficial, financiando o terror como estratégia diplomática e avançando em um programa nuclear com fins claramente bélicos, Israel realizou o que muitos países se abstêm de fazer: agiu antes do irreparável.

O mundo deve lidar com a realidade de forma sincera. Não se combate o extremismo por meio de declarações de desaprovação. Não se confronta a criação de armas nucleares com discursos formais. Segurança internacional é garantida por meio de ações sólidas, ousadas e, sobretudo, com consciência histórica.

Israel não apenas defendeu sua população. Defendeu, com essa ação, a lógica mínima de segurança que impede que grupos terroristas se tornem potências nucleares. Se o custo da paz for a não intervenção, que esteja claro: Israel escolheu essa ação. E o mundo deveria reconhecer a relevância desse posicionamento.

Fonte por: Jovem Pan

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.