Israel ataca Rafah e interrompe as comunicações em Gaza antecipadamente à continuidade do massacre

O país frequentemente interrompe o acesso à internet e telefonia em antecipação a grandes operações militares.

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(Imagem de reprodução da internet).

A interrupção dos serviços de internet e telefone em Gaza, juntamente com o avanço de tanques em direção ao centro da cidade, sinaliza uma possível intensificação da ofensiva terrestre israelense na capital do território.

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A Companhia Palestina de Telecomunicações comunicou a interrupção de seus serviços, causada pela agressão em curso e pelo ataque às principais vias de rede. Israel frequentemente interrompe a internet e a energia elétrica antes de grandes operações militares.

Grande parte da população tenta deixar a cidade de mais de um milhão de habitantes, porém uma parcela significativa não possui condições para fazê-lo. Um fluxo contínuo de palestinos que abandonam a cidade de Gaza seguia em direção ao sul do território, a pé ou em veículos de tração animal, transportando seus escassos bens.

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Outros, como Aya Ahmed, de 32 anos, não sabem para onde seguir, ou não dispõem das condições financeiras necessárias para arcar com os altos custos de transporte.

“O mundo não compreende a situação. Eles (Israel) querem que nos movamos para o sul, mas não sabemos onde viver. Não possuímos abrigos, meios de transporte ou recursos financeiros”, afirmou Ahmed, que se encontra como refugiado junto a 13 familiares na cidade, sob “bombardeios contínuos”.

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Os palestinos relatam que o custo das viagens para o sul aumentou significativamente, atingindo, em certos casos, mais de US$ 1 mil (R$ 5,3 mil). As forças militares israelenses anunciaram a criação de “uma rota de trânsito temporária pela rodovia Salah al Din”, que percorre o centro da Faixa de norte a sul. O corredor permanecerá acessível somente até sexta-feira (19) até o meio-dia (6h de Brasília).

“Chega, queremos ser livres. Queremos viver, não queremos morrer!”, declarou, em desespero, Mohamed al Danf, residente da Cidade de Gaza.

A invasão militar e as ordens de evacuação no norte de Gaza estão gerando novos deslocamentos, forçando famílias traumatizadas a procurar abrigo em uma área cada vez menor e insuficiente para a dignidade humana, conforme denunciou na rede social X o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

As instituições de saúde, que já enfrentavam dificuldades, correm o risco de colapsar, uma vez que o aumento da violência obstrui o acesso e impede a entrega de materiais essenciais pela Organização Mundial da Saúde, declarou. De acordo com informações de unidades hospitalares, três crianças são vítimas entre os 12 óbitos confirmados nos ataques ocorridos na noite de quarta-feira.

A Defesa Civil local, que atua sob a autoridade do Hamas, comunicou que o número de mortos é de pelo menos 64, sendo 41 na Cidade de Gaza. As restrições à imprensa em Gaza e as dificuldades de acesso impedem que a AFP confirme de forma independente os dados fornecidos pelas partes envolvidas.

A Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU declarou na terça-feira que “está ocorrendo um genocídio em Gaza”.

A Espanha informou que irá investigar as “graves violações” dos direitos humanos em Gaza para colaborar com o Tribunal Penal Internacional, que decretou mandados de prisão contra autoridades israelenses por supostos crimes de guerra. O Reino Unido deverá reconhecer o Estado Palestino antes da Assembleia Geral da ONU.

A ofensiva israelense na Cidade de Gaza recebeu forte condenação internacional, e também em Israel, onde muitos cidadãos expressam preocupação com os reféns sequestrados em outubro de 2023 pelo Hamas. O conflito israelense resultou na morte de mais de 65.100 palestinos na Faixa de Gaza, na sua maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde do território, que a ONU considera confiáveis.

Fonte por: Brasil de Fato

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.

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