Conflito Sírio e Intervenção Israelense

O Ministério da Defesa sírio, sediado em Damasco, foi alvo de ataque pelas Forças Armadas israelenses nesta quarta-feira (16). Os militares de Israel afirmaram que a ação foi uma demonstração ao governo do presidente Ahmed al-Sharaa, que persiste em confrontar as tropas drusas.

Nas últimas 24 horas, pelo menos oito ataques israelenses atingiram diversos locais da cidade e seus arredores, nas estradas que a ligam. A movimentação militar sionista também está se expandindo no território sírio, segundo a emissora catar Al Jazeera.

O Exército de Israel continua a bombardear a Síria, utilizando tanques, lançadores de foguetes, armamento e veículos com metralhadoras pesadas, direcionados a Suieda. A sede do Exército em Damasco também foi alvo de ataque.

O confronto entre tribos beduínas sunitas, apoiadas pelo governo, e tropas drusas, que se opõem a al-Sharaa e são aliadas a Israel, ocorre na região. O governo sírio mantém uma relação tensa e conflituosa com as milícias drusas, notadamente na província de Sweida, no sul do país. A intervenção do governo sírio visa restabelecer a ordem e alega que os drusos são grupos ilegais.

Na terça-feira (15), Israel lançou uma escalada aérea contra a cidade drusa, em decorrência do avanço do governo sírio na região. O governo sionista buscou aliança com o grupo minoritário sírio, assegurando proteção. A escalada israelense na província é considerada por Damasco como “interferência externa”. Tel Aviv justifica a proteção aos drusos e impede a militarização da região.

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O conflito se intensificou durante a noite e prosseguiu pela manhã. Houve ataques aéreos israelenses contra instalações militares e também na cidade vizinha Dara.

Síria Condena Ataques

O governo sírio classificou os ataques de Israel como um “comportamento criminoso e ilegal” e declarou que não podem ser aceitos. “Condenamos veementemente esses atos hediondos e afirmamos nosso total comprometimento em investigar todos os incidentes relacionados e responsabilizar todos aqueles comprovadamente envolvidos”.

O comunicado ressalta o apoio à segurança dos moradores de Suied e adverte que “qualquer pessoa ou grupo ilegalmente responsável por esses atos será responsabilizada com medidas legais rigorosas, sem que haja impunidade”.

Acordo de Fim das Hostilidades

A mídia local informou ao jornal libanês Al Mayadeen que os confrontos iniciaram-se após grupos armados violarem os termos do acordo de cessar-fogo, proclamado pelo Ministério da Defesa sírio na terça-feira (15).

O ministro Murhaf Abu Qasra anunciou, na plataforma X, um cessar-fogo abrangente para todas as unidades operando em Sweida, após o governo mobilizar forças para controlar a violência, que causou a morte de dezenas desde sexta-feira (11).

O acordo de cessar-fogo não foi cumprido e as forças armadas retomaram as operações. O Departamento de Mídia e Comunicações do Ministério interino da Defesa, que opera sob autoridade transitória, confirmou a reação das tropas e alertou os civis a permanecerem em casa devido a um recolher.

Os chamados grupos ilegais intensificaram seus ataques a postos militares e forças de segurança interna, conforme declarado pelo Ministério, reiterando que as diretrizes prévias permitiam a resposta a disparos hostis.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, mais de 250 pessoas perderam a vida. Há também relatos de êxodo civil, com indivíduos buscando escapar da violência. Testemunhas e a mídia local informaram sobre o voo de aeronaves de guerra israelenses sobre a cidade.