Irmãos Vanderley e Vanilson Rigon transformam autismo em missão de acolhimento

Padres Gêmeos Revelam Diagnóstico de Autismo e Buscam Inclusão na Igreja

Em uma história notável de coincidência e superação, dois padres gêmeos, Vanderley e Vanilson dos Santos Rigon, de 37 anos, descobriram simultaneamente serem autistas. A revelação, longe de ser um obstáculo, se tornou um caminho para a inclusão e o acolhimento dentro da comunidade religiosa.

Segundo informações do UOL, Vanilson, pároco em Atalaia, foi o primeiro a buscar ajuda profissional. Sentindo-se incomodado com dificuldades de interação social, ele procurou respostas e recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa experiência o motivou a abandonar o “masking”, uma prática comum entre autistas para disfarçar comportamentos naturais em busca de aceitação.

Compartilhando a experiência com seu irmão, Vanderley, que atua em Maringá, ele também decidiu investigar sua própria condição e recebeu o mesmo diagnóstico. O momento foi marcado por emoção, com os irmãos se abraçando após a revelação, simbolizando o perdão por dificuldades enfrentadas na infância, devido à falta de compreensão de suas diferenças.

“Agora não precisamos mais esconder quem somos. As pessoas nos amam como realmente somos”, declarou Padre Vanilson.

Desde então, os gêmeos têm transformado sua vocação em uma missão de inclusão. Eles já celebraram missas com linguagem acessível e aspiram a fundar uma pastoral dedicada a pessoas autistas e neurodivergentes, unindo espiritualidade, ciência e acolhimento.

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Especialistas Analisam o Impacto do Diagnóstico na Vida Adulta

A descoberta do autismo na vida adulta pode trazer tanto alívio quanto desafios, conforme apontam especialistas. A neuropsicóloga Karliny Uchôa, que acompanhou o processo de Vanilson, explicou que o diagnóstico proporcionou uma sensação de reparação.

“Mais do que um rótulo, é uma oportunidade de autoconhecimento e de buscar estratégias para melhorar a qualidade de vida”, afirmou a especialista.

Para os padres, essa jornada abriu espaço não apenas para a aceitação pessoal, mas também para uma nova missão dentro da Igreja: demonstrar que a fé e a neurodiversidade podem coexistir harmoniosamente.