Irmã de policial morto pela Rota: “foi por ser preto e usar moletom e boné”

O policial civil Rafael Moura da Silva, de 38 anos, faleceu na quarta-feira (16), após ter sido atingido por tiro da Polícia Militar.

16/07/2025 19:21

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Irmã de policial morto pela Rota: “foi por ser preto e usar moletom e boné”
(Imagem de reprodução da internet).

Após quase cinco dias hospitalizado, o policial civil Rafael Moura da Silva, de 38 anos, faleceu na tarde de quarta-feira (16), no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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Um policial foi atingido por disparo de arma de fogo de militar da Rota, na última sexta-feira (11), na zona Sul de São Paulo.

Na entrevista, a irmã do policial, Renata Moura, afirmou que a vítima estava em viatura caracterizada e com identificação e foi morta pela cor da pele: “Meu irmão foi morto porque é preto e estava de moletom e boné.”

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A irmã da vítima relata que o policial militar da Rota disparou para matar. “Ele poderia ter dado um tiro. Não, ele deu quatro tiros. Três tiros atingiram o abdômen. Já tirou para matar, não para alertar”, declarou.

Uma equipe do Cerco (Corpo de Repressão ao Crime Organizado) realizava patrulhamento em área de tráfico de drogas em Capão Redondo, quando se deparou com uma viatura da Rota em sentido contrário. Durante a operação, a equipe sinalizou para os policiais da Rota, porém foi alvo de disparos.

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Rafael abandonou esposa e três filhos — todos ainda crianças. “Esse policial não destruiu só uma vida, destruiu uma família toda”, afirmou a irmã.

Câmeras corporais

A perícia examinará, quadro a quadro, as imagens registradas pela câmera corporal do militar da Rota que executou o disparo contra Rafael Moura.

Visa-se verificar se, no instante do confronto, era viável reconhecer o insígnia do policial civil, que se encontrava sobre o tórax do militar ferido.

O delegado do 37º Distrito Policial, no Campo Limpo, considerou ouvir o militar sob a condição de prisão, porém alterou a decisão após analisar as imagens das câmeras corporais da operação.

As imagens analisadas indicaram que Rafael, em estado de embriaguez e portando arma, foi atingido em uma situação de confronto, o que corroborou a hipótese de erro de execução e legítima defesa, conforme apuração da CNN com fontes envolvidas na investigação.

“Onde estão as imagens que ninguém viu ainda?”, questiona Renata, irmã da vítima. “Jamais imaginamos que ele seria morto por outro parceiro da mesma profissão que ele jamais pensamos nisso”, afirmou.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.