“Irmã de Mairlon celebra soltura: ‘A voz de um inocente foi escutada’”
Francisco Mairlon Barros Aguiar é libertado da Papuda após anulação de condenação pelo STJ; família comemora a decisão. Confira no Poder360.
Libertação de Francisco Mairlon Barros Aguiar é comemorada pela irmã
Maria Naiara de Barros Aguiar, irmã de Francisco Mairlon Barros Aguiar, celebrou na quarta-feira (15.out.2025) a soltura do irmão, cujo julgamento foi anulado na terça-feira (14.out.2025). “A voz de um inocente foi escutada. Eu sempre acreditei na inocência do meu irmão e lutei muito para que esse dia chegasse. Só quero vê-lo livre”, afirmou.
Mairlon havia recebido uma sentença de 47 anos de prisão por homicídio qualificado e furto, envolvendo o ministro do TSE, José Guilherme Villela, sua esposa, Maria Carvalho Villela, e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva. O STJ classificou a condenação como um “erro judiciário gravíssimo”.
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Advogados e apoio na luta pela inocência
Após a condenação em 2010, Naiara e José Victor Barros Aguiar, também irmão de Mairlon, tornaram-se advogados. Em entrevista, Naiara reiterou sua crença na inocência do irmão e agradeceu à ONG Innocence Project Brasil e à advogada Dora Cavalcanti. “Isso só foi possível graças à ONG. Meu desejo é ver meu irmão livre e inocente”, declarou.
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José Victor destacou que a família sempre lutou pela inocência de Mairlon. “Sabemos que muitos inocentes ainda estão presos nas cadeias do Brasil, e isso causa um sofrimento imenso”, disse.
Vídeo e transformação da dor em propósito
Naiara compartilhou um vídeo no Instagram mostrando o irmão abraçado a uma mulher. “Presenciei de perto as dores, a injustiça e o silêncio. Transformei essa dor em propósito e me formei em Direito para lutar pela verdade dele”, escreveu na legenda.
Contexto do caso
A 6ª Turma do STJ anulou na terça-feira (14.out.2025) a condenação de Francisco Mairlon Barros Aguiar e determinou sua soltura imediata. Ele estava preso há 14 anos e 11 meses, cumprindo uma pena de 47 anos por homicídio qualificado e furto, em um caso conhecido como o Crime da 113 Sul, em Brasília.
Aguiar foi apontado como corréu, junto a Leonardo Campos Alves e Paulo Cardoso Santana, nos assassinatos do ministro do TSE, José Guilherme Villela, de sua esposa, Maria Carvalho Villela, e da empregada doméstica, Francisca Nascimento da Silva, em agosto de 2009. As vítimas foram mortas a facadas em seu apartamento, e dólares e joias foram levados do local.
Ele foi preso pela Polícia Civil de Brasília em novembro de 2010 e, em 2013, condenado pelo Tribunal do Júri a 55 anos de prisão, pena que foi reduzida para 47 anos na 2ª Instância.
O ministro relator do STJ, Sebastião Reis Júnior, ao analisar o caso, concluiu que o juízo não considerou outros elementos da investigação. A confissão apresentada pela polícia e os relatos dos corréus foram considerados provas insuficientes, e havia depoimentos que inocentavam Aguiar.
O relator ressaltou que o juiz deveria ter confrontado as declarações com as demais provas antes de levar o caso ao júri, o que resultou na violação dos princípios de presunção de inocência.
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.