Irfaan Ali é reeleito presidente da Guiana
O Partido Progressista do Povo/Cívico, sob a liderança de Ali, contabilizou 242.497 votos válidos, correspondentes a 55% do total.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, foi reeleito para um segundo mandato seguido, conforme o primeiro relatório oficial da entidade eleitoral divulgado na sexta-feira, 6, cinco dias após as eleições.
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O Partido Progressista do Povo/Cívico (PPP/C), sob a liderança de Ali, alcançou 242.497 votos válidos, correspondendo a 55% do total. Ele já havia se declarado vencedor das eleições na quarta-feira em declarações à AFP.
O líder de centro-esquerda, com 45 anos, assegurou que erradicará a pobreza do país, com 850 mil habitantes, impulsionando sua riqueza petrolífera. Além disso, deverá tratar da questão controversa do Essequibo, região rica em petróleo e minerais reivindicada pelo vizinho Venezuela.
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O comunicado oficial classifica o partido WIN, fundado há três meses pelo empresário Azruddin Mohamed, conhecido como “Trump guianense”, como segundo colocado, com 24,8%.
O APNU, que representa a população negra, obteve em terceiro lugar, com 17,7% dos votos.
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O anúncio oficial, divulgado próximo da meia-noite, afirma que a Comissão Eleitoral da Guiana (GECOM) “declarou o candidato presidencial do PPP/C, Dr. Mohamed Irfaan Ali, presidente eleito”.
Abundância proveniente do petróleo.
O representante, originário da maioria da comunidade de origem indiana, assume um segundo mandato de cinco anos, em um contexto de crescente tensão com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que alega soberania sobre o Essequibo e designou autoridades para a região em eleições controversas realizadas em maio.
Possui o respaldo dos Estados Unidos, que atualmente enfrenta uma situação de tensão com a Venezuela devido ao envio de navios de guerra à região caribenha para operações contra o tráfico de drogas.
O conflito em relação ao Essequibo é de longa data, porém se acirrou em 2015, com o advento da descoberta de uma vasta riqueza petrolífera.
A Guiana detém atualmente as maiores reservas de petróleo por habitante do mundo. Iniciou-se a exploração em 2019 e estima-se que atinja uma produção de um milhão de barris por dia (b/d) em 2030, em comparação com os 650.000 b/d atuais.
Essa riqueza possibilitou o aumento de quatro vezes o orçamento do Estado em cinco anos (6,7 bilhões de dólares/36,15 bilhões de reais em 2025) com o maior crescimento econômico da América Latina (43,6% em 2024). Isso tende a continuar.
“Possuímos uma grande maioria e estamos preparados para conduzir o país”, declarou Ali na quarta-feira, em uma breve declaração por telefone, conforme a AFP.
O PPP/C alcançou 36 cadeiras na Assembleia Nacional, o WIN obteve 16, a Aliança pela Unidade Nacional (APNU) garantiu 12 e o Movimento Guiana Avante (FGM) conquistou uma.
A Guiana entrou com uma ação em 2018 perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) para confirmar um relatório de 1899 que define as fronteiras atuais, contudo, a Venezuela não aceita a competência desse órgão e defende o Acordo de Genebra de 1966, que propõe uma solução negociada.
A apuração eleitoral neste pequeno país demanda dias em razão da complexidade das eleições sob perspectiva logística, visto que mais de 95% do território da Guiana são cobertos por floresta tropical.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.