Irã prepara projeto de lei para deixar acordo que restringe armas nucleares

O Ministério das Relações Exteriores mantém sua posição oficial de oposição à destruição em massa.

16/06/2025 11:53

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Irã prepara projeto de lei para deixar acordo que restringe armas nucleares
(Imagem de reprodução da internet).

Deputados iranianos estão desenvolvendo uma proposta de lei que pode resultar na saída de Teerã do Tratado de Não Proliferação Nuclear, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei, na segunda-feira (16).

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Ele ressaltou, contudo, que a posição oficial de Teerã permanece sendo a de se opor ao desenvolvimento de armas de destruição em massa.

Diante dos fatos recentes, seremos capazes de tomar uma decisão adequada. O governo deve executar as leis do parlamento, embora esta proposta esteja apenas sendo elaborada, e nós a conduziremos nas fases seguintes com o Parlamento, declarou Baghaei quando questionado em uma coletiva de imprensa sobre a possibilidade de Teerã deixar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

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O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, ratificado pelo Irã em 1970, é um acordo internacional que busca evitar a propagação de armas nucleares e incentivar a colaboração no emprego pacífico da energia nuclear. Seus três pilares fundamentais são: não proliferação, desarmamento e o direito ao uso pacífico da energia nuclear, conforme a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em contrapartida ao direito de desenvolver energia nuclear, autorizado pelo tratado aos países signatários, os Estados também devem renunciar às suas armas atômicas e colaborar com as inspeções e verificações da Agência Internacional de Energia Atômica.

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Ataques recentes entre Israel e Irã.

Israel iniciou ataques a alvos militares e de cientistas nucleares iranianos na semana passada, alegando que Teerã estava à beira de construir uma arma nuclear.

Contudo, o Irã sempre alegou que seu programa nuclear é pacífico, mesmo com a decisão da AIEA na quinta-feira (12) de que o país violou as obrigações estabelecidas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reafirmou nesta segunda-feira (16) que as armas nucleares são contrárias a um decreto religioso do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

A mídia estatal do Irã informou que não houve decisão sobre a saída do TNP, ao mesmo tempo em que um parlamentar declarou que a proposta se encontrava em fases iniciais do processo legal.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei, afirmou que eventos como o ataque de Israel “afetam naturalmente as decisões estratégicas do Estado”, ressaltando que a investida ocorreu após a resolução da AIEA, que ele apontou como responsável.

“Aqueles que votaram a favor da resolução prepararam o terreno para o ataque”, declarou Baghaei.

Israel, que não aderiu ao Tratado de Não Proliferação, é amplamente visto pelos governos regionais como detentor de armas nucleares, embora não confirme nem negue essa informação.

O porta-voz declarou que o regime sionista é o único detentor de armas de destruição em massa na região.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.