Irã informará que colaborará com a Agência de Inspeção da ONU em um novo esquema

Abbas Araqchi, ministro das Relações Exteriores do país, destacou os riscos de segurança no acesso às áreas bombardeadas por Israel e os Estados Unidos.

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(Imagem de reprodução da internet).

O Irã planeja cooperar com o órgão de vigilância nuclear da ONU, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), embora o parlamento tenha imposto restrições, declarou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, neste sábado (12), ressaltando que o acesso às instalações nucleares bombardeadas gerava preocupações de segurança.

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A cooperação do Irã com a Agência Internacional de Energia Atômica não interrompeu-se, ela assumirá uma nova forma e será orientada e gerenciada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional, declarou o ministro aos diplomatas sediados em Teerã.

As solicitações da AIEA para monitoramento contínuo no Irã serão decididas individualmente pelo Conselho, levando em conta questões de segurança.

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Uma nova lei aprovada no Irã, após a campanha de bombardeios israelenses e americanos no mês passado, determina que a inspeção das instalações nucleares iranianas pela AIEA necessita da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional, o principal órgão de segurança iraniano.

Os ataques israelenses e dos Estados Unidos visavam um programa nuclear que os países ocidentais têm historicamente afirmado buscar, com o objetivo de construir uma arma atômica. Teerã tem reiteradamente declarado que seu programa nuclear é exclusivamente pacífico.

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Qualquer acordo sobre o futuro programa nuclear do Irã provavelmente demandará sua cooperação com a AIEA, que irritou o Irã no mês passado ao declarar, na véspera dos ataques israelenses, que Teerã estava violando os compromissos do tratado de não proliferação.

O risco de dispersão de materiais radioativos e o risco de explosão de munições remanescentes são graves, declarou Araqchi, citando a mídia estatal. “Para nós, a proximidade dos inspetores da AIEA em instalações nucleares tem tanto um aspecto de segurança quanto a segurança dos próprios inspetores é uma questão que deve ser examinada.”

O processo de enriquecimento de urânio aumenta a proporção do isótopo urânio-235 em relação ao urânio-238.

O Irã não concordará com qualquer acordo nuclear que não permita o enriquecimento de urânio, reiterou Araqchi. O país concordaria apenas com negociações limitadas ao seu programa nuclear, não abrangendo questões de defesa, como seus mísseis.

O site Axios mencionou, no sábado (12), que o presidente russo, Vladimir Putin, manifestou apoio à proposta de que Teerã fosse impedido de aprimorar urânio.

A agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que uma “fonte informada” indicou que Putin não enviou tal mensagem à Irã.

Araqchi afirmou que o Irã estava avaliando atentamente os aspectos de uma eventual nova negociação nuclear com os Estados Unidos, buscando assegurá-los de que Washington não retomaria o uso da força militar.

“Não temos pressa em realizar negociações precipitadas”, acrescentou.

O ministro também declarou que qualquer ação do Reino Unido, França e Alemanha para impor novas sanções internacionais ao Irã, por meio do denominado mecanismo de “snapback” (retorno imediato) sob um acordo nuclear anterior, encerraria o papel da Europa na questão nuclear iraniana.

De acordo com um acordo da ONU que ratificou um tratado nuclear de 2015, a Alemanha, França e Reino Unido poderiam reinstalar as sanções da Organização das Nações Unidas contra Irã até 18 de outubro de 2025.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.

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