Irã e Israel: vencedores e perdedores com o cessar-fogo

Se o acordo de cessar-fogo persistir, Israel sofre prejuízos, os Estados Unidos ficam em situação neutra, e o Irã, por enquanto, obtém vantagem.

24/06/2025 15:57

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FOTODELDÍA - WASHINGTON, 07/04/2025.- El presidente de Estados Unidos, Donald J. Trump (izq.), saluda al primer ministro israelí, Benjamin Netanyahu (der.), a su llegada a una reunión en el Ala Oeste de la Casa Blanca en Washington, D.C., EE.UU., el 7 de abril de 2025. La conferencia de prensa del presidente Trump y el primer ministro Netanyahu en la Sala Este ha sido cancelada.  EFE/SHAWN THEW
FOTODELDÍA - WASHINGTON, 07/04/2025.- El presidente de Estados U...

A declaração de ontem, antes do anúncio do cessar-fogo por parte de Trump, indicava que o presidente americano não desejava a intensificação do conflito por duas razões: uma de ordem política, e outra, econômica. O motivo político seria não frustrar sua promessa de campanha, e não alienar sua base de apoio. Já a razão econômica seria enfrentar os impactos inflacionários e os custos associados a uma guerra de natureza imprevisível.

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Se o acordo de cessar-fogo persistir, Israel sofre prejuízos, pois não alcançou seu objetivo primordial – a derrubada do governo –, sequer desmantelou a capacidade nuclear do Irã e não provocou a intervenção dos Estados Unidos no conflito. Os Estados Unidos obtiveram um resultado neutro. Realizaram uma operação militar, apoiando Israel e, simultaneamente, mediaram o cessar-fogo, evitando os impactos econômicos e humanitários da guerra.

Contudo, não foi possível aniquilar a capacidade nuclear iraniana. Apesar da retórica de Trump, de que o ataque às bases foi bem-sucedido, a própria imprensa internacional, alinhada ao governo americano e a Israel (como o Financial Times, por exemplo), já confirmou que o Irã retirou antes do ataque todo o material radioativo.

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A Irã, por ora, permanece vitorioso, considerando que, mesmo com perdas no alto escalão político e militar, e entre cientistas, o regime não foi derrubado e seu programa nuclear foi mantido. E, adicionalmente, se antes havia dúvidas sobre a natureza pacífica do programa; agora, após os ataques de Israel, o Irã provavelmente intensificará a produção de energia nuclear para fins bélicos – e sem a fiscalização da AIEA.

Fonte por: Jovem Pan

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Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.