Irã critica proposta do BRICS de criar Estado palestino
O chanceler iraniano Abbas Araghchi afirma que a ideia legitima Israel e defende um Estado único com judeus, muçulmanos e cristãos.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou que seu país considera “reserva” a proposta de dois Estados – um israelense e um palestino – mencionada na declaração final da cúpula de líderes do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. A declaração foi divulgada em seu canal no Telegram. Ele afirmou que Teerã formalizará sua oposição a essa parte por meio de uma nota oficial.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A criação de um Estado palestino soberano, com a unificação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza sob a Autoridade Palestina, é defendida historicamente pelo BRICS e foi reiterada na cúpula de 2025. O texto também condena o deslocamento forçado da população palestina e alterações demográficas no território de Gaza.
Para o governo iraniano, contudo, a menção à solução de dois Estados constitui um reconhecimento implícito da legitimidade de Israel, país que o Irã não reconhece diplomaticamente. Araghchi declarou que essa proposta “não funcionou no passado e não funcionará no futuro”, e que estabelece um “Estado sem autoridade, sem soberania e sem fronteiras definidas”.
Leia também:

Trump promete tarifa de 10% para quem se alinhar às políticas dos BRICS

Trump anuncia envio de tarifas adicionais a mais de 100 nações

Estados Unidos consideram impor tarifas de 10% sobre produtos de países membros do BRICS
O ministro defendeu que a solução mais justa consistiria na criação de um Estado único, democrático e laico, com a participação de todos os habitantes históricos da região — muçulmanos, judeus e cristãos.
O chanceler declarou que a crença é que o caminho para a justiça reside na criação de um Estado unificado, democrático e popular, onde todos os habitantes históricos da Palestina vivam em harmonia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ele comparou a proposta da transição sul-africana do regime do apartheid e defendeu que o modelo deveria ser replicado na Palestina.
Após o fim do regime do apartheid na África do Sul, não houve proposta de estabelecer dois Estados, um para brancos e outro para negros. A solução adotada foi a construção de um Estado democrático, no qual negros e brancos coexistiram pacificamente, gerando estabilidade e contentamento para todos.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.