A reunião com delegações da Alemanha, França e Reino Unido está programada para a próxima sexta-feira.
A Irã realizará uma nova reunião sobre seu programa nuclear com Alemanha, França e Reino Unido na sexta-feira, 25, em Istambul, anunciou a imprensa estatal iraniana nesta segunda-feira, 21, um mês após a guerra de 12 dias contra Estados Unidos e Israel.
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Em reação à solicitação dos países europeus, a Irã aceitou realizar uma nova reunião de diálogo, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghai, conforme divulgado pela emissora estatal.
Uma fonte diplomática alemã indicou que Berlim, Paris e Londres continuavam trabalhando intensamente para encontrar uma solução diplomática duradoura e verificável para o programa nuclear iraniano, com a intenção de realizar uma reunião no final da semana.
O Irã demonstrou que é capaz de resistir (aos ataques), mas sempre esteve disposto a uma diplomacia sincera, mútua e de boa vontade, declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, no domingo.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã intensificou a crítica às três potências europeias, acusando-as pela falha do acordo de 2015.
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Os blocos europeus foram considerados negligentes na execução do acordo nuclear, afirmou o porta-voz da diplomacia. Paris, Londres e Berlim ameaçam retomar as sanções da ONU contra o Irã, conforme permitido pelo acordo, alegando que Teerã descumpriu seus compromissos nucleares.
A Europa Ocidental e Israel desconfiam que o Irã busca desenvolver uma arma nuclear, alegação que Teerã refuta, embora mantenha que seu programa nuclear visa apenas fins civis.
Em 13 de junho, Israel realizou um ataque surpresa, com bombardeios no Irã que resultaram na morte de comandantes militares e cientistas envolvidos no programa nuclear.
As forças dos Estados Unidos se uniram a uma ofensiva de seu aliado israelense e atacaram três instalações nucleares na noite de 21 de junho.
Após a ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para os ataques, as negociações foram interrompidas. A última reunião entre representantes do E3 (Alemanha, França, Reino Unido) e o Irã ocorreu em Genebra em 21 de junho, algumas horas antes dos bombardeios americanos.
O presidente russo Vladimir Putin recebeu, no domingo, no Kremlin, Ali Larijani, conselheiro do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, para discutir a questão nuclear.
Larijani transmitiu avaliações sobre o agravamento da situação no Oriente Médio e sobre o programa nuclear iraniano, declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. Putin reiterou as posições bem conhecidas da Rússia sobre como estabilizar a situação na região e sobre a solução política do programa nuclear iraniano, acrescentou. A reunião em Moscou não havia sido anunciada previamente.
A Rússia mantém boas relações com o Irã, considerado seu principal aliado no Oriente Médio, mas não apoiou Teerã de maneira enfática em sua recente guerra com Israel, nem após os ataques americanos contra as instalações nucleares.
Na semana passada, Moscou criticou um artigo da Axios, publicado nos Estados Unidos, que alegava que Putin havia incentivado Teerã a aceitar um acordo com Washington que evitaria que Teerã enriquecesse urânio.
Em 2015, o Irã, várias potências ocidentais, China e Rússia chegaram a um acordo que estabelecia a implementação de restrições significativas ao programa nuclear iraniano em contrapartida à suspensão das sanções internacionais contra o país.
O governo dos Estados Unidos se retirou do acordo em 2018, no primeiro mandato de Donald Trump, e as sanções foram reestabelecidas.
Teerã e Washington realizaram diversas rodadas de discussões nucleares, com a presença de mediadores do Omã, antes de Israel lançar a guerra de 12 dias contra o Irã.
Alemanha, França, Reino Unido e a União Europeia reiteraram na semana passada ao Irã sua “determinação” de reativar as sanções da ONU se não houver avanços concretos para um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
O ministro das Relações Exteriores do Irã conversou na semana passada por telefone com seus equivalentes britânico, francês, alemão, bem como com a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.
Durante a ligação, os diplomatas europeus informaram Araqchi “de sua decisão de empregar o mecanismo ‘snap-back’ (sanções) na falta de avanços concretos” em relação a um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Na sexta-feira, o ministro iraniano negou que a ameaça possuísse qualquer fundamento moral ou jurídico.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.