Irã afirma que responderá à retomada das sanções da ONU

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que a Europa não possui legitimidade legal e moral para aplicar tal medida.

14/07/2025 17:19

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Irã afirma que responderá à retomada das sanções da ONU
(Imagem de reprodução da internet).

O Irã declarou que responderá a qualquer retomada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação ao seu programa nuclear na segunda-feira (14).

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Uma fonte diplomática francesa informou à Reuters na semana passada que os países da Europa restabeleceriam as sanções da ONU sobre o Irã com o “mecanismo snapback” se não houvesse um acordo nuclear que assegurasse os interesses de segurança europeus.

A previsão contempla a retomada das penalidades em decorrência de um pacto nuclear de 2015, que interrompeu as restrições ao programa nuclear do Irã.

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A ameaça de utilização do mecanismo snapback carece de fundamento legal e político e será recebida com uma resposta adequada e proporcional da República Islâmica do Irã, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei.

Contudo, a entidade responsável não definiu quais ações poderiam ser adotadas.

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O Acordo de 2015 com o Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos, Rússia e China – denominado Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA) – estabelece que, em caso de descumprimento das regras do programa nuclear pelo Irã, este poderá ser acionado pelo Conselho de Segurança da ONU.

As partes europeias, que constantemente tentavam usar essa possibilidade como ferramenta, cometeram violações graves e fundamentais de suas obrigações conforme o JCPOA, afirmou Baghaei.

Eles não cumpriram os compromissos que assumiram em virtude do JCPOA, e, por conseguinte, não possuem legitimidade jurídica ou ética para invocar tal mecanismo.

A Europa e outras nações ocidentais alegam que o Irã trama a criação de uma arma nuclear, o que Teerã refuta.

Os Estados Unidos retiraram do acordo em 2018, durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, que o classificou como “fraco”.

Trump, cujo segundo mandato iniciou em janeiro, solicitou a Teerã que retomasse as negociações nucleares em torno de um novo acordo. Após o exército americano ter realizado ataques às usinas do Irã, um cessar-fogo foi estabelecido no mês passado, pondo fim à guerra aérea de 12 dias que desestabilizou o Oriente Médio.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou que nenhuma data ou local havia sido determinado para a retomada das negociações nucleares, em resposta a uma pergunta sobre uma possível reunião com o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.