iPhone Air e aumentos de preços: o que esperar do evento da Apple do ano

A empresa pode lançar um modelo mais fino do iPhone, ao mesmo tempo em que se esforça para inovar em inteligência artificial e manter o interesse dos co…

08/09/2025 12:47

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iPhone Air e aumentos de preços: o que esperar do evento da Apple do ano
(Imagem de reprodução da internet).

O iPhone necessita de uma atualização. Isso poderá ocorrer já em 9 de setembro, quando a Apple deve anunciar um novo modelo mais fino do iPhone, possivelmente denominado “iPhone Air”, juntamente com o iPhone 17 e novos modelos do Apple Watch em seu principal evento anual.

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Essa reformulação representaria a primeira alteração significativa no projeto do produto principal da Apple desde 2017, quando a empresa lançou o iPhone X, o primeiro modelo sem o botão home e com a tecnologia Face ID da Apple, atualmente amplamente utilizada. Essa mudança definiu o padrão para as próximas gerações do iPhone.

O iPhone Air, que deverá ser apresentado no evento deste ano, pode ter um papel distinto. Em vez de definir o futuro do iPhone, ele poderia ampliar a variedade da linha do iPhone para consumidores que buscam uma opção diferenciada, conforme apontam analistas.

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A Apple necessita dessa assistência. Apesar dos bons resultados nas vendas do iPhone, conforme demonstrado no relatório de resultados mais recente da Apple em julho, os consumidores só estão fazendo upgrade quando acreditam que os novos recursos justificam a troca, o que tem ocorrido com menor frequência, segundo a empresa de pesquisa de mercado Consumer Intelligence Research Partners.

Apesar das percepções contínuas de que a empresa está atrasada em IA, espera-se que a Inteligência da Apple permaneça em segundo plano durante o evento de terça-feira, ao contrário das rivais Android Samsung e Google, que investiram em inteligência artificial em seus softwares para smartphones.

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A Apple também pode esclarecer dúvidas sobre se o aumento das tarifas impacta o preço do iPhone.

Ainda é possível que o produto de 18 anos da Apple continue a entusiasmar os consumidores?

A Apple não forneceu resposta imediata à solicitação de comentários da CNN.

IA versus funções principais

Ao divulgar a linha Pixel 10 em agosto, com o intuito de preceder o lançamento do iPhone da Apple, o Google ressaltou o destaque do seu assistente Gemini. Rick Osterloh, vice-presidente sênior de plataformas e dispositivos da empresa, conduziu o evento de lançamento, apresentando a visão da companhia para o Gemini, afirmando que o assistente digital poderia “desbloquear grande utilidade no seu telefone”.

Uma das novidades importantes do Pixel 10 é uma ferramenta chamada Magic Cue, que utiliza inteligência artificial para identificar o que você está fazendo no seu telefone e propor a próxima ação.

A Samsung, por sua vez, ressaltou os recursos de IA no Galaxy S25 – seu telefone de ponta que compete com o iPhone – como um grande diferencial ao apresentá-lo em janeiro. Um desses recursos possibilita que os usuários executem tarefas em múltiplas etapas, como encontrar a programação de um time esportivo e adicioná-la ao calendário, com um único comando de voz.

Analistas apontam que a Apple está significativamente atrasada na adoção de inteligência artificial, sendo esperado que priorize desenvolvimentos de hardware em vez disso.

Ted Mortonson, estrategista de tecnologia da Baird, afirmou que os avanços em IA da Apple provavelmente ainda não estarão prontos, ressaltando que a empresa está sob pressão para impressionar quando finalmente apresentar novas ferramentas de IA, ou poderá arriscar perder clientes para Samsung e Google.

Inicialmente, nesta mesma anualidade, a Apple postergou uma atualização de grande destaque que possibilitaria à Siri operar em diversos aplicativos e responder a questões sobre o conteúdo exibido na tela do aparelho. A funcionalidade teria colocado a Siri em paridade com agentes de IA mais avançados, como o Gemini do Google e o ChatGPT da OpenAI.

A Apple afirmou necessitar de mais tempo para implementar a tecnologia em seu “alto padrão de qualidade”.

Considerando uma perspectiva mais abrangente, a IA se destaca como uma das tecnologias mais significativas de nossa vida, afirmou o CEO Tim Cook em suas primeiras considerações durante a teleconferência de resultados da Apple em julho. “Estamos integrando-a em todos os nossos dispositivos e plataformas e em toda a empresa. Além disso, estamos elevando consideravelmente nossos investimentos.”

Ainda, a IA não está convencendo os usuários a frequentar lojas para realizar atualizações, afirmou Nabila Popal, diretora sênior da equipe de dados e análises da International Data Corporation (IDC), anteriormente CNN, por e-mail. E, considerando um estudo do MIT que aponta que 95% das organizações não estão obtendo retorno sobre seus investimentos em IA e resultados moderados da Nvidia, fabricante de chips no centro do boom da IA, há um sentimento crescente de que a corrida do ouro da IA pode estar superestimada.

O iPhone continua sendo um dos smartphones mais difundidos globalmente, representando 15,7% da participação de mercado mundial, logo atrás da líder Samsung, conforme dados da IDC.

A Apple deverá aproveitar essa oportunidade, concentrando-se em aprimoramentos nas funcionalidades essenciais do iPhone, incluindo a duração da bateria, a qualidade da câmera e o design. O preço também será uma preocupação central; tanto a Wall Street quanto os consumidores acompanharão de perto se as tarifas influenciaram o valor do novo iPhone.

Analistas da Morgan Stanley e Loop Capital estimam que elevações de preços estão iminentes. A empresa poderá descartar uma das alternativas de menor capacidade para o iPhone 17 Pro, visando direcionar os consumidores aos modelos mais caros, conforme escreveu um grupo de analistas do Morgan Stanley liderado por Erik Woodring em relatório de 4 de setembro. Isso poderia auxiliar a Apple a compensar os preços dos custos mais elevados dos componentes, notou o documento.

“Geralmente, não é um bom sinal para um evento de lançamento quando o preço é o grande foco, porque então o produto em si pode não ser um destaque tão grande em comparação com as gerações anteriores”, declarou Runar Bjørhovde, analista de pesquisa da empresa de pesquisa de mercado Canalys.

As tarifas do presidente Donald Trump transformam este lançamento em uma exceção, uma vez que muitos estão observando para ver se a Apple altera seus preços nos Estados Unidos e em outros mercados. “Como a Apple decide jogar esse jogo?”, disse Bjørhovde. “A Apple não gosta de mudar os preços ao longo do tempo, então o que é estabelecido desde o primeiro dia é normalmente um indicador-chave do que veremos para o próximo ano.”

Os desafios da Apple em relação aos modelos de iPhone em diversos anos

A Apple tem enfrentado dificuldades nos últimos anos para encontrar um modelo de iPhone que tenha o mesmo impacto do padrão, Pro e Pro Max. A empresa descontinuou o iPhone Mini após apenas duas gerações, a partir do iPhone 14, e agora se espera que substitua o modelo Plus por este novo Air.

Isso pode significar que haverá compromissos como a utilização de apenas uma câmera em vez das duas padrão do iPhone 16, segundo a Bloomberg.

O telefone pode ser difícil de vender por outras razões também. Os consumidores estão apertando seus orçamentos e estão mantendo seus smartphones por períodos mais longos, então um design fino pode não ser suficiente para atrair novos compradores. Além disso, a Samsung já se adianto à Apple com um telefone mais fino chamado Galaxy S25 Edge.

Ainda assim, a Apple possui uma vantagem.

“A versão Air do MacBook teve sucesso. A versão Air do iPad teve sucesso”, declarou Dipanjan Chatterjee, vice-presidente e analista principal da empresa de pesquisa de mercado Forrester. “Portanto, há boas razões para acreditar que a versão Air – um iPhone mais fino e delgado – também vingará.”

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Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.