Investimento em saúde necessitará aumentar em R$ 10 bilhões anualmente, aponta IFI
O aumento dos gastos com saúde projetado é de 3,9% ao ano, superior à variação de 2,5% estabelecida no arcabouço fiscal.

A IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado afirmou que o investimento em saúde no Brasil deverá crescer, em média, 3,9% ao ano para suprir a demanda de financiamento do setor. Esse aumento representa um incremento anual de R$ 10 bilhões nos orçamentos públicos.
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A IFI publicou na segunda-feira (7.jul.2025) o estudo “Cenários de longo prazo para a necessidade de financiamento da saúde”, do economista Alessandro Casalecchi. Segue a íntegra do documento (PDF – 2 MB).
A evolução da necessidade de financiamento da saúde encontrará o arcabouço fiscal já em 2026, se a demanda for totalmente atendida com despesas efetivas e não houver redução de despesas em outras áreas governamentais, afirmou Casalecchi.
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O aumento de 3,9% ao ano é maior que o ajuste anual do orçamento público Federal, que está restrito a 2,5% ao ano, conforme o marco fiscal sancionado em 2023.
O estudo prevê a demanda contínua de financiamento da saúde dos brasileiros até 2070, abrangendo o período de 2025 a 2070. Aponta-se para um “estreitamento orçamentário” progressivo dos gastos com o setor.
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A IFI determinou a demanda por investimentos públicos, sem considerar as restrições das normas fiscais em vigor. O estudo apontou que seriam necessárias duas opções envolvendo o setor público:
Para a realização do levantamento, o estudo da IFI utilizou o SHA (System of National Accounts, Sistema de Contas das Nações) da OCDE.
A IFI aponta que o Brasil destina 4,1% do Produto Interno Bruto ao setor público (União, Estados e municípios) e 5,0% do PIB ao setor privado.
Cenário do Brasil
Em 2022, o Brasil registrou um investimento em saúde equivalente a 9,8% do Produto Interno Bruto, um valor superior à média dos países membros da OCDE, que foi de 9,2%.
Devido à sua população, o Brasil apresenta um valor inferior à média quando se trata de despesa per capita. O gasto total per capita do Brasil em saúde foi de US$ 1.573 em 2022, considerando o cálculo de paridade do poder de compra. A média dos países listados pela OCDE é de US$ 4.986.
A IFI afirmou que, apesar do investimento de uma parcela considerável do Produto Interno Bruto em saúde, a produção de riquezas característica de um país em desenvolvimento, aliada a uma das 7 maiores populações mundiais, resulta em um financiamento para ações e serviços de saúde por habitante três vezes menor que a média dos países da OCDE.
O Brasil investe menos de um terço do necessário para alcançar o nível médio da OCDE.
A IFI apontou que nações desenvolvidas, como Suécia, Noruega, Alemanha, Dinamarca, Japão, Reino Unido e Canadá, destinam entre 70% e 87% de seus gastos aos sistemas públicos. Já o Brasil, com o SUS (Sistema Único de Saúde), recebe apenas 45% desse investimento. A média da OCDE é de 76% dos gastos concentrados nos sistemas públicos.
Atualmente, os gastos privados, incluindo planos e seguros de saúde, abrangem aproximadamente 52 milhões de brasileiros, o que representa 23,5% da população do Brasil. Assim, 76,5% dos cidadãos dependem exclusivamente do SUS para receber atendimento de saúde.
O estudo demonstra que, para alcançar o nível médio de gasto per capita da OCDE, com o aumento correspondente na ampliação do acesso, na eficiência e na qualidade, seria necessário elevar o investimento em saúde dos valores atuais, que são 9,1% do PIB, para 19,0%, superando os gastos percentuais de Estados Unidos e Alemanha, países líderes nesse indicador. Essa perspectiva não é realista de se concretizar nos próximos anos.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.