Investigue a ligação entre a paralisia arbórea e a infertilidade masculina

A caxumba, provocada pelo vírus da família Paramyxoviridae, foi uma doença que, em meados dos anos 90, alarmou muitos brasileiros e gerou surtos em várias regiões do país. Contudo, após sua inclusão no calendário nacional de imunização, em 1992, a doença tornou-se rara, o que não implica que tenha sumido.

Os dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo indicam que, de 2001 a 2024, o estado apresentou surtos em 2007, 2008 e 2016, sendo este último com uma média de 13 registros diários.

Recentemente, o assunto voltou à tona com a exibição dos capítulos finais da novela “Vale Tudo”, da Rede Globo, que geraram questionamentos sobre os riscos da doença. A principal dúvida é se a caxumba pode causar infertilidade masculina?

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A infectologista do Hospital Sírio-Libanês, Mirian Dal Ben, explica os detalhes.

Qual é a caxumba e quais são os sintomas?

A caxumba é uma infecção contagiosa que se transmite pelo contato com a saliva e por meio das secreções eliminadas ao falar, tossir e espirrar. A infectologista relata que os sintomas iniciais da doença são semelhantes aos da gripe, incluindo febre, dor de cabeça e dores no corpo.

A especialista explica que, quando o vírus se instala no organismo, ele atinge a parótida, glândula salivar localizada na região da face frontal e abaixo de cada orelha, o que causa o inchaço característico da doença.

Possíveis complicações da doença

A caxumba pode provocar também complicações neurológicas, incluindo meningite e encefalite, além de orquite, inflamação e infecção do testículo, e ooforite, infecção no ovário. Quando a orquite afeta ambos os testículos, é possível desenvolver algum grau de esterilidade e haver redução da fertilidade masculina,” declara Mirian Dal Ben.

Tratamento e prevenção

A especialista em infectologia esclarece que não existe tratamento específico para a caxumba. O tratamento médico consiste na utilização de medicações para amenizar os sintomas, incluindo anti-inflamatórios, juntamente com medidas simples, como compressas geladas para diminuir a dor e o inchaço. A forma mais eficaz de prevenir a doença e suas complicações é a vacinação: a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Por Marcela Ioli

Fonte por: Carta Capital