Investigações sobre o caso envolvendo o MC Poze do Rodo são conduzidas pelas autoridades
Artista foi detido na quinta-feira (29) em sua residência no Rio de Janeiro por apropriação indébita e possível ligação com o Comando Vermelho.

O funkeiro MC Poze do Rodo, cujo nome verdadeiro é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, foi preso na última quinta-feira (29) em sua residência no Rio de Janeiro por apologia ao crime e suposto envolvimento com o Comando Vermelho (CV). A Polícia Civil investiga shows em áreas controladas pela facção, letras de músicas que exaltam armas e o CV, e possível financiamento do tráfico em seus eventos. Joias e um carro de luxo foram apreendidos.
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A Polícia Civil aponta que MC Poze do Rodo realizava shows com frequência em áreas dominadas pelo Comando Vermelho, com presença de traficantes armados.
As letras de suas músicas, que abordam armas, a facção e criticam grupos rivais, são vistas pelas autoridades como exaltação ao crime, excedendo os limites da liberdade de expressão. O termo “narcocultura” é empregado pela polícia para descrever a conexão do artista com o tráfico.
Motociclistas praticam “rolezinho” em homenagem a MC Poze no Rio de Janeiro.
Foram apreendidos, além da prisão, joias e um automóvel de luxo pertencentes a MC Poze. A Polícia Civil investiga a origem do patrimônio do funkeiro e se os bens possuem alguma ligação com o Comando Vermelho. A investigação apura os crimes de lavagem de dinheiro, com recursos provenientes do tráfico de drogas e armas.
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Durante a avaliação no sistema prisional, MC Poze do Rodo declarou ter ligação com o Comando Vermelho. A Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) afirma que a declaração de “ideologia” é procedimento padrão para segurança interna.
O advogado do artista nega qualquer vínculo contemporâneo com a facção e alega que o encarceramento foi abusivo e sensacionalizado. Após cinco dias, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) concedeu Habeas Corpus e determinou a libertação do cantor, com medidas protetivas.
Seguidoras e fãs do MC Poze celebram a decisão do Habeas Corpus: “cantaram liberdade”.
O caso de MC Poze do Rodo reacendeu o debate sobre os limites da liberdade artística e a apologia ao crime. Seguidores e outros artistas do funk, como Oruam e Filipe Ret, se manifestaram nas redes sociais em apoio ao cantor e solicitaram sua libertação. A defesa argumenta que a prisão temporária foi motivada por preconceito em razão da origem periférica do artista.
Na terça-feira (3), policiais das Delegacias de Roubos e Furtos (DRF), de Repressão a Entorpecentes (DRE) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) conduziram uma operação com o objetivo de desmantelar o núcleo financeiro do Comando Vermelho.
A influenciadora Viviane Noronha, esposa do MC Poze do Rodo, está entre os alvos de mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e São Paulo. A investigação aponta que os suspeitos lavaram mais de R$ 250 milhões provenientes do tráfico de drogas e da aquisição de armamentos.
Conforme a polícia, Viviane Noronha e sua empresa são apontadas como beneficiárias diretas de recursos do Comando Vermelho, que foram transferidos por meio de intermediários para ocultar a origem ilícita do dinheiro. As investigações financeiras demonstraram que valores relacionados ao tráfico de drogas e a operadores de lavagem de dinheiro da facção foram direcionados para contas bancárias associadas a ela, tornando-a um dos principais alvos da investigação.
A CNN tentou contato com a defesa de Viviane Noronha e da produtora investigada.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.