Investigação do Ministério Público de Milão Revela Esquema de Atiradores na Bósnia
O Ministério Público de Milão está conduzindo uma investigação complexa que envolve cidadãos italianos, russos e americanos que supostamente pagavam para participar de operações de tiro contra civis durante a Guerra da Bósnia (1992-1995). A revelação veio à tona na terça-feira, 11 de novembro de 2025, através do jornal .
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As autoridades italianas estão analisando um dossiê fornecido pelo jornalista e escritor.
Dossiê Revela Participação de Cidadãos em Excursões Armadas em Sarajevo
O documento expõe que indivíduos desembolsavam até 100 milhões de liras (equivalente a 100 mil euros ou R$ 601 mil) para participar de viagens às colinas ao redor de Sarajevo, onde realizavam disparos contra civis. O caso é liderado pelo procurador Alessandro Gobbis, especialista em investigações antiterrorismo.
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Participantes Incluíram Italianos, Russos e Americanos
O dossiê identifica três italianos como participantes: um de Trieste, outro de Turim e um de Milão, proprietário de uma clínica de estética. Além deles, homens ricos dos Estados Unidos, Canadá e Rússia teriam participado das expedições. As autoridades acreditam que alguns dos suspeitos ainda podem estar vivos e responder criminalmente pelo crime.
Envolvimento de Figuras Chave e o Cerco de Sarajevo
Entre os envolvidos está Jovica Stanišić, ex-chefe do serviço secreto da Iugoslávia, que foi condenado em 2021 pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia por crimes contra a humanidade. O cerco de Sarajevo, que começou em abril de 1992 e durou 1.425 dias, foi um dos momentos mais violentos da Guerra da Bósnia, desencadeada pela independência do governo central de Belgrado.
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A situação foi agravada pela resistência dos sérvio-bósnios, apoiados e armados pela Iugoslávia, que criaram o exército da República Srpska.
Conflito e Acordos de Dayton
Durante o cerco, cerca de 13.000 militares sérvio-bósnios posicionaram artilharia e franco-atiradores nas montanhas. De acordo com dados oficiais, 5.434 civis morreram, incluindo 3.855 bosníacos, 1.097 sérvios e 482 sérvio-croatas, com aproximadamente 1.500 vítimas sendo crianças.
Milhares mais ficaram feridos. A Organização das Nações Unidas (ONU) interveio com uma ponte aérea para envio de suprimentos. O conflito terminou com os Acordos de Dayton, assinados em novembro de 1995, após a condenação de diversas autoridades sérvias, incluindo Slobodan Milošević, Ratko Mladić e Stanislav Galić.
