Aumento de Investimentos em Empresas Chinesas de Inteligência Artificial
Investidores globais estão intensificando suas apostas em empresas chinesas de inteligência artificial, em busca de novas oportunidades e diversificação, especialmente diante das crescentes preocupações sobre uma possível bolha especulativa em Wall Street.
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O apoio do governo de Pequim à independência tecnológica tem impulsionado essa demanda.
A China tem acelerado a listagem de fabricantes de chips, como a Moore Threads, conhecida como a “Nvidia da China”, e a MetaX, que fez sua estreia recentemente. Os investidores internacionais percebem que a China está reduzindo a diferença tecnológica em relação aos EUA, enquanto as preocupações sobre uma bolha nos EUA aumentam.
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Exposição Limitada às Empresas de Tecnologia dos EUA
A gestora de ativos Ruffer, com sede no Reino Unido, afirmou ter uma “exposição deliberadamente limitada” às sete maiores empresas de tecnologia dos EUA e está buscando aumentar suas posições no Alibaba, visando maior participação no desenvolvimento de IA na China.
Gemma Cairns-Smith, especialista em investimentos da Ruffer, destacou que, embora os EUA ainda liderem em IA, a China está rapidamente diminuindo essa diferença.
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Ela observou que o cenário competitivo está mudando e que a Ruffer está ampliando sua exposição ao setor de IA por meio de gigantes tecnológicos chineses, como o Alibaba, que investe em infraestrutura de computação em nuvem e possui o modelo de linguagem Qwen.
Demanda Estimulada pela Guerra Tecnológica
Um relatório recente do UBS Global Wealth Management classificou a tecnologia chinesa como “a mais atraente”, destacando o forte apoio político e a autossuficiência tecnológica da China. A Nasdaq é negociada a 31 vezes o lucro das empresas listadas, enquanto a Hang Seng Tech de Hong Kong apresenta um múltiplo de 24, permitindo apostas em ações como Alibaba e Baidu.
O consultor de investimentos Rayliant lançou um fundo na Nasdaq que oferece acesso a ações chinesas comparáveis a gigantes como Google e Apple. Brendan Ahern, da KraneShares, ressaltou que a rápida ascensão de fabricantes chineses de chips de IA, como a Cambricon, demonstra a velocidade da inovação no setor.
Crescimento de Fundos e ETFs Chineses
O fundo da KraneShares, KWEB, que investe em ações chinesas no exterior, cresceu dois terços este ano, alcançando quase US$ 9 bilhões. Outro ETF da KraneShares, focado em tecnologia onshore, também apresentou crescimento significativo. Jason Hsu, da Rayliant, observou que a China está sendo forçada a investir em tecnologia pesada devido às restrições dos EUA.
Ele enfatizou que a estratégia prudente para investidores é capturar oportunidades em IA enquanto gerenciam a incerteza por meio da diversificação. A fabricante de chips MetaX, fundada por ex-executivos da AMD, teve um desempenho notável, mas alguns gestores de fundos alertam que o potencial tecnológico da China ainda é limitado.
Perspectivas e Cautela dos Investidores
Kamil Dimmich, da North of South Capital, afirmou que as empresas de chips listadas carecem de suporte de avaliação e são impulsionadas principalmente pelo hype. Carol Fong, da CGS International Securities, sugeriu que os investidores devem selecionar empresas que se beneficiem da autossuficiência da China em IA e semicondutores, mantendo líderes globais em seus portfólios.
Fong destacou a busca por “líderes em potencial” em segmentos de alta tecnologia, como robótica e IA, onde há orientações políticas mais claras. Ela acredita que mais fluxos de investimento devem ocorrer no futuro, e os investidores precisam equilibrar sua exposição em um ciclo de chips fragmentado e influenciado pela geopolítica.
