Entre 1º de janeiro e 31 de julho deste ano, o Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos registrou 49.336 denúncias de abuso e exploração sexual infantil, que representam 64% do total de quase 77 mil notificações no período. As denúncias apontam um pico histórico na plataforma, com um aumento de quase 19% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20), pela SaferNet, organização responsável pelo canal vinculado ao Ministério Público Federal (MPF).
O relatório aponta para o aumento preocupante do uso da Inteligência Artificial (IA) generativa na criação de material de abuso sexual infantil, por meio da manipulação de imagens reais e da produção de conteúdos hiper-realistas totalmente sintéticos.
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A utilização de imagens inapropriadas abrange influenciadores jovens, atores e indivíduos desconhecidos, na produção de representações artificiais de crianças e adolescentes. O material é considerado criminoso, mesmo sem envolver fotografias, vídeos, desenhos, animações, textos e áudios que representem ou simulem atos sexuais com crianças reais.
O relatório afirma que os danos psicológicos e secundários decorrentes do conteúdo sintético são tão reais e devastadores quanto os causados pelo abuso com contato físico. O artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já prevê pena de 1 a 3 anos de prisão para imagens de abuso e exploração sexual infantil manipuladas.
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Registro de aumento de denúncias de exploração sexual infantil na internet.
O aumento dos relatos de exploração sexual de crianças online ocorreu após a viralização do vídeo do youtuber Felca, no início deste mês. Registrou-se mais de 6 mil casos apenas em um mês, sendo 52% deles relacionados à viralização do vídeo, que já alcançou 47 milhões de visualizações.
Fonte por: CNN Brasil