Instituto contesta renovação de contrato da Energisa Sergipe por omissão do MME

Inel afirma que MME ignora irregularidades ao renovar concessões de distribuidoras que desrespeitam normas da Aneel e decisões judiciais. Confira no Poder360.

20/10/2025 15:52

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Denúncia do Inel ao TCU e CGU contra o Ministério de Minas e Energia

O Inel (Instituto Nacional de Energia Limpa) apresentou uma denúncia ao TCU (Tribunal de Contas da União) e à CGU (Controladoria-Geral da União) em relação ao Ministério de Minas e Energia.

O Instituto alegou que o Ministério foi negligente ao permitir renovações automáticas de concessões de distribuidoras de energia que estariam inadimplentes ou desrespeitando decisões regulatórias e judiciais, como no caso da Energisa Sergipe.

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Irregularidades da Energisa

De acordo com o Inel, a Energisa não atendeu determinações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) sobre a liberação de orçamentos de conexão para usinas solares.

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A empresa teria desconsiderado decisões mesmo após a aplicação de multas, resultando em atrasos para geradores e prejuízos aos consumidores locais. O presidente do Inel, Heber Galarce, declarou que “não é razoável renovar contratos bilionários com empresas que desobedecem o Estado e o consumidor”.

Demandas do Inel

Nos documentos encaminhados às instituições de controle, o Inel solicita:

  • Ao TCU: uma auditoria para verificar a legalidade e a economicidade das renovações das concessões, além da suspensão cautelar de qualquer renovação em andamento até a análise do mérito das denúncias;
  • À CGU: investigação sobre a possível omissão funcional de dirigentes do MME, que, segundo o instituto, não agiram diante de descumprimentos legais e regulatórios por parte das distribuidoras.

Próximos passos

Se os órgãos competentes encontrarem indícios suficientes, poderão abrir auditorias formais e até determinar a suspensão das renovações de concessões até que a situação seja esclarecida.

Até o momento, o Ministério de Minas e Energia e a Energisa Sergipe não se pronunciaram sobre o assunto. O espaço permanece aberto para manifestações.

Entenda o contexto

As distribuidoras de energia operam com concessões públicas que permitem a exploração do serviço por até 30 anos, podendo ser renovadas automaticamente uma única vez, desde que a empresa cumpra todas as obrigações regulatórias, técnicas e legais.

O Inel aponta que o Ministério estaria renovando essas concessões sem exigir comprovação de conformidade, o que poderia “premiar” empresas que desrespeitam regras ou decisões judiciais. O Inel ressalta que “o regulado passou a mandar e o Estado a obedecer”, comprometendo a autoridade das instituições e a credibilidade do setor.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.