Indústria Química Brasileira e Competitividade
A indústria química do Brasil precisa aumentar sua competitividade para fomentar o desenvolvimento econômico e social do país, segundo André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). Atualmente, o setor enfrenta concorrência desleal e opera com apenas 64% de sua capacidade instalada.
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“Nações como China e Estados Unidos se destacam globalmente por terem economias robustas e integradas”, afirmou Cordeiro, antes de participar do seminário “Indústria química como pilar econômico da soberania nacional”, promovido pelo Poder360, em Brasília, no dia 22 de outubro de 2025.
Importância da Indústria Química
Segundo Cordeiro, a força industrial é fundamental para a soberania de um país. “Não há soberania sem uma economia forte. Quanto mais dependente você é de outras economias, menos soberania possui e menos respeito recebe no cenário internacional”, destacou.
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Ele ressaltou que a indústria química é a base de toda a cadeia produtiva, fornecendo matérias-primas para setores como automobilístico, de tintas, construção civil e aeroespacial. “Onde há uma indústria desenvolvida, há maior renda e menor desigualdade”, completou.
Desafios e Propostas
Cordeiro mencionou que o setor industrial oferece salários, em média, de duas a três vezes superiores a outros segmentos, contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Ele defendeu a implementação de políticas que diminuam a carga tributária sobre a produção nacional.
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“Nos Estados Unidos, a carga tributária do setor químico é de cerca de 20%, enquanto no Brasil chega a 40%. Além disso, o custo do gás natural, nosso principal insumo, é de três a quatro vezes mais alto do que em outros países”, afirmou.
PL 892 de 2025 e Presiq
Para Cordeiro, aumentar a competitividade da indústria é crucial para conter o crescimento das importações e evitar a perda de espaço produtivo. Ele acredita que a aprovação do PL 892 de 2025, que propõe incentivos estruturais focados em sustentabilidade e inovação, é a solução para o setor.
O Presiq (Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química), previsto no PL 892/2025, visa modernizar e tornar sustentável a indústria química brasileira. A Abiquim defende essa política por ser essencial para proteger a cadeia produtiva nacional e estimular investimentos em processos limpos.
Principais Pontos do Presiq
- Substituição do antigo regime de incentivos (Reiq) por um sistema de créditos condicionados a investimentos e metas de descarbonização;
- Créditos fiscais de até 5% sobre insumos menos poluentes e até 3% sobre novos investimentos industriais;
- Fomento à inovação e química verde, incentivando o uso de bioinsumos e tecnologias sustentáveis;
- Meta ambiental de redução de 30% das emissões de CO₂ por tonelada produzida até 2050;
- Impactos projetados incluem aumento da capacidade instalada, geração de empregos e incremento no PIB.
Seminário “Indústria Química”
O seminário “Indústria química como pilar econômico da soberania nacional” foi realizado pelo Poder360, com apoio da Abiquim, para discutir a relevância do setor químico para o Brasil. Este setor é crucial para diversas áreas produtivas, fornecendo insumos essenciais para agricultura, saúde e energia, mas enfrenta desafios como o aumento das importações.
A mediação do evento foi conduzida por Paulo Silva Pinto, editor sênior do Poder360. Participaram do seminário:
- Carlos Zarattini, deputado (PT-SP) e relator do PL 892 de 2025;
- André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim;
- Afonso Motta, deputado (PDT-RS) e autor do PL do Presiq;
- Kiko Celeguim, deputado (PT-SP);
- Julio Lopes, deputado (PP-RJ);
- Jorge Villanueva, vice-presidente Brasil da Alpek Polyester;
- Paulo Guimarães, diretor-presidente da BahiaInveste.
