A indústria de máquinas e equipamentos do Brasil prevê crescimento modesto de 4% em 2026, segundo a Abimaq. José Velloso destaca preocupações com investimentos
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos projeta um crescimento modesto para 2026, com uma previsão de aumento na receita líquida de vendas em torno de 4%. A informação foi divulgada pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) nesta quarta-feira (3).
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O presidente executivo da Abimaq, José Velloso, comentou que, apesar da disponibilidade de recursos no mercado, a falta de apetite para investimentos é uma preocupação, especialmente devido aos altos juros.
Para 2025, a expectativa foi revisada para baixo. Até novembro, o setor registrou uma expansão de 9,1% na receita total, totalizando R$ 253,5 bilhões. No entanto, em outubro, a indústria de máquinas enfrentou uma desaceleração, com uma queda de 3,4% na receita líquida de vendas em comparação ao mesmo mês do ano anterior, resultando em R$ 26,2 bilhões.
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Esse resultado reverteu o crescimento de setembro, que havia sido de 11,2%, alcançando R$ 27,2 bilhões.
No mercado interno, a receita caiu 4,7% em relação a outubro de 2024, totalizando R$ 18,2 bilhões. A Abimaq destacou que as maiores quedas foram observadas em máquinas para agricultura, componentes e máquinas para construção. O desempenho positivo do setor foi impactado negativamente pelo ambiente externo, devido à desaceleração das atividades globais.
As exportações em outubro alcançaram US$ 1,48 bilhão, apresentando um aumento de 7,2% em relação ao ano anterior e um crescimento de 12% em comparação com setembro. Esse avanço foi impulsionado pelo aumento do volume físico exportado (+3,3%) e pela diversificação das vendas para novos mercados, que ajudaram a mitigar a desaceleração no mercado norte-americano.
A Abimaq informou que a elevação da tarifa de importação dos EUA em 50 pontos percentuais resultou em uma queda de 31,6% nas exportações para o país em relação a setembro e um recuo de 42,5% em comparação a outubro do ano passado. Velloso ressaltou que o aumento das vendas para Argentina, Cingapura e México não está relacionado a essa tarifa, mas sim a fatores econômicos específicos de cada país.
O setor de máquinas e equipamentos encerrou outubro com 423 mil funcionários, apresentando uma queda de 0,8% em relação a setembro. No entanto, em comparação com outubro de 2024, houve um crescimento de 6,3% no número de empregados. Velloso também comentou sobre a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, afirmando que as negociações para um acordo comercial ainda estão em fase inicial.
As importações em outubro totalizaram US$ 2,9 bilhões, com um aumento de 4,7% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de 2025, as importações atingiram US$ 26,9 bilhões, o maior nível desde o início da série histórica em 1999, representando um crescimento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.