O Ibovespa apresentava queda nesta sexta-feira (20), com o retorno do feriado coincidente com o vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista e a consequência da decisão do Banco Central em elevar a Selic a 15%, o nível mais alto em quase 20 anos.

Às 11h34, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, apresentava queda de 1,01%, situando-se em 137.322 pontos. No dia anterior, não houve negociações na B3 devido ao feriado de Corpus Christi.

À mesma hora, o dólar observou queda de 0,02%, a R$ 5,4899.

A Autoridade Monetária Eletrônica (AME) decidiu manter a taxa básica de juros em 11,50% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a 15% ao ano, na quarta-feira (18) durante o feriado de Corpus Christi, indicando o fim de um ciclo de aumento e que a Selic deverá permanecer estável por um longo período.

O Banco Central, em decisão unânime de elevar a taxa Selic pela sétima vez seguida, afirmou que a pausa no aumento será implementada caso o cenário projetado seja confirmado, ressaltando que não hesitará em elevar a taxa novamente, caso seja necessário.

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A decisão se deu após semanas de divisão entre analistas e investidores sobre qual seria o rumo do Copom, com a maioria dos economistas em pesquisa da Reuters projetando a manutenção das taxas de juros, enquanto o mercado passou a precificar uma alta de 0,25 ponto percentual dias antes da reunião das autoridades.

A taxa Selic elevada, em razão das decisões de bancos centrais de economias desenvolvidas, proporciona uma vantagem de juros considerável para o Brasil, o que, por sua vez, aumenta o interesse do real em relação a outras moedas.

Alguns especialistas ainda destacaram que a comunicação do Banco Central, demonstrando compromisso com a convergência da inflação para a meta e sinalizando que não hesitará em elevar as taxas de juros novamente, foi considerada “hawkish” (conservadora no controle da inflação), o que também é benéfico para a moeda brasileira.

A decisão do Copom… deve favorecer o real, visto que a taxa dos Estados Unidos permaneceu inalterada e a taxa brasileira foi aumentada, elevando o diferencial de juros e, o impulso ao real em relação ao dólar, afirmou Gesner Oliveira, sócio da GO Associados.

É importante ressaltar que uma significativa parte do mercado não acreditava nessa elevação, o que a tornou uma surpresa para grande parte do mercado e, pode ter impactos no mercado cambial, concluiu.

Os investidores demonstraram mais tranquilidade diante do conflito entre Israel e Irã após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar na noite anterior que o país não se envolveria imediatamente na guerra, com uma decisão a ser tomada em duas semanas.

A notícia contribuía para a queda dos preços do petróleo Brent em mais de 3% nesta sexta-feira, apesar dos dois principais concorrentes do Oriente Médio continuarem com ataques aéreos, sem que se visse um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Contudo, os mercados permanecem cautelosos diante das incertezas comerciais, à medida que se aproxima o início de julho para o encerramento da suspensão das tarifas de Trump, com acordos comerciais ainda sendo negociados entre Washington e seus principais parceiros, como Japão e União Europeia.

O Índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,01%, a 98,677.

Com informações da Reuters

O Brasil apresenta a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.

Fonte por: CNN Brasil