Incêndio em Hong Kong: Investigação e Debate Após Tragédia
Um incêndio devastador em Hong Kong, ocorrido em 2 de dezembro de 2025, deixou um balanço trágico de 151 vítimas e um complexo de 7 torres residenciais, o Wang Fuk Court, em ruínas. A tragédia, que envolve mais de 4.000 moradores, está sendo investigada por uma comissão independente, liderada por um juiz, buscando entender as causas da rápida propagação das chamas e propor medidas preventivas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Investigação e Suspeitas
As autoridades atribuem o incidente ao uso de materiais inadequados nas obras de renovação do conjunto habitacional. A polícia está sob suspeita de homicídio culposo e investigando outras 12 ocorrências de corrupção. Não há confirmação se as detenções estão relacionadas.
Telas plásticas e espuma isolante, fora dos padrões e instaladas em áreas de difícil acesso, dificultaram a fiscalização e contribuíram para o avanço do fogo. A falta de funcionamento adequado dos alarmes também foi apontada como um fator agravante.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Reações e Críticas
A tragédia gerou um debate sobre transparência e responsabilização. Grupos locais relatam intimidações ao buscar esclarecimentos sobre o ocorrido. Um estudante foi detido e solto com fiança, enquanto outros dois estão sob investigação por possível sedição, segundo a imprensa local.
A polícia ainda não se manifestou sobre o caso.
LEIA TAMBÉM!
Entidades internacionais de direitos humanos alertam que o governo tenta restringir críticas. Elaine Pearson, diretora para a Ásia da Human Rights Watch, enfatiza que quem busca respostas não deve ser tratado como criminoso.
Contexto e Preocupações
Moradores do Wang Fuk Court já haviam alertado, em 2024, sobre riscos de incêndio relacionados à reforma do condomínio. A Secretaria do Trabalho classificou o risco como “relativamente baixo” na época.
Testes recentes revelaram que amostras das telas utilizadas no andaime de bambu não atendiam aos padrões de resistência ao fogo. O secretário-chefe, Eric Chan, confirmou que empreiteiros ocultaram materiais inadequados em áreas de difícil inspeção.
Alarmes também apresentaram falhas.
Impacto e Resgate
A tragédia mobilizou vigílias em Hong Kong, Tóquio, Taipé e Londres. Nove trabalhadoras domésticas da Indonésia e uma da Filipinas estão entre as vítimas. No sétimo dia após o incêndio, um salão funerário em Hong Kong recebeu centenas de pessoas para rituais tradicionais de luto, como oferendas de papel em formato de lótus.
As buscas continuam nos edifícios mais danificados, uma tarefa que pode levar semanas. Imagens divulgadas pela polícia mostram agentes empenhados no resgate, utilizando roupas de proteção, máscaras e capacetes em meio aos destroços e à água utilizada no combate às chamas.
Cerca de 1.500 moradores foram realocados para moradias temporárias, enquanto outros 945 estão em albergues juvenis e hotéis. A Sociedade Protetora dos Animais informou que mais de 60 animais perderam suas vidas no incêndio — 34 gatos, 12 cães e 7 tartarugas, com mais de 200 sendo resgatados.
