Imposto em importações sobe e causa desistência em 38%, aponta estudo

Imposto de 20% em importações até US$ 50 causa aumento de 25% no cancelamento de pedidos. Saiba mais no Poder360.

27/10/2025 17:10

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A desistência de compras em sites internacionais devido ao Imposto de Importação apresentou um aumento significativo entre maio de 2024 e outubro de 2025, elevando-se de 13% para 38%. Essa informação foi divulgada em uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pela empresa Nexus.

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Impacto da Taxação

O levantamento comparou hábitos de consumo nos dois períodos. A “taxa da blusinha”, que representa 20% sobre importações de até US$ 50, entrou em vigor em agosto de 2024.

Mudanças nos Hábitos de Consumo

Marcio Guerra, superintendente de Economia da CNI, destacou que a implementação do Imposto de Importação visa promover maior justiça e competitividade para a indústria nacional. O aumento da taxação estimulou a busca por alternativas nacionais.

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O percentual de consumidores que procuraram produtos similares com entrega nacional subiu de 22% para 32%. A procura por itens parecidos em lojas físicas teve um crescimento menor, de 13% para 14%, enquanto a busca por similares em outros sites internacionais cresceu de 6% para 11%.

A desistência definitiva caiu de 58% para 42%.

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Custos Adicionais

O custo com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) também se tornou uma barreira maior, com a desistência por esse motivo crescendo de 32% para 36%. O preço do frete internacional levou 45% dos compradores a abandonar pedidos, um aumento de 5 pontos percentuais em relação a maio de 2024.

O prazo de entrega demorado fez 32% desistirem, ante 34% no ano anterior.

“Isso pode sinalizar um avanço na racionalidade do consumidor brasileiro na hora da compra”, afirmou Guerra.

Perfil dos Compradores

A pesquisa revelou que 75% das importações foram para uso pessoal. O percentual sobe para 90% entre cidadãos com mais de 60 anos e 84% entre moradores do Norte/Centro-Oeste. Apenas 10% compraram todos os itens para uso no trabalho, percentual maior entre moradores do Sul (19%) e pessoas que ganham mais de 5 salários mínimos (15%).

Somente 2% importaram produtos pensando em revenda.

Metodologia da Pesquisa

A Nexus entrevistou 2.008 pessoas com idade a partir de 16 anos, no Distrito Federal e nos 26 Estados, de 10 a 15 de outubro de 2025. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

Perfil dos que mais desistiram:

51% – têm ensino superior;

46% – têm de 16 a 40 anos;

45% – ganham mais de 5 salários mínimos.

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.