Em 2025, a volta de Donald Trump à Casa Branca e as mudanças nas tarifas comerciais impactaram o mercado financeiro, elevando o dólar a máximas históricas
A volta de Donald Trump à Casa Branca, as mudanças nas tarifas comerciais dos Estados Unidos, o cessar-fogo no Oriente Médio e a crise das estatais brasileiras foram alguns dos fatores que influenciaram o humor dos investidores em 2025. A cotação do dólar se tornou um dos principais indicadores de como essas notícias foram recebidas pelo mercado financeiro.
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O ano de 2025 apresentou desafios significativos para o mercado de câmbio, com a moeda norte-americana alcançando máximas históricas. No início do ano, o dólar era negociado acima de R$ 6, reflexo das condições econômicas dos meses finais de 2024.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, destaca que a trajetória do dólar em 2025 foi influenciada por dois fatores principais: as políticas globais da administração Trump e a situação econômica do Brasil. Segundo ele, as decisões unilaterais dos Estados Unidos geraram desvalorização da moeda.
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Shahini explica que a perda de confiança nas instituições americanas foi uma das causas primárias que afetaram o real, resultando em um dólar fraco globalmente. Ele observa que o aumento do ouro, cerca de 60% este ano, está relacionado a essa desconfiança na política americana.
O professor de finanças, Alexandre Cabral, concorda que as políticas tarifárias de Trump contribuíram para a desvalorização do dólar. A queda de quase 10% no índice DXY, que mede a força do dólar em relação a outras moedas, é um indicativo dessa tendência.
Shahini ressalta que essa desvalorização no primeiro semestre foi a mais acentuada desde 1971. A política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos também teve um papel importante na cotação do dólar, com o diferencial de juros atraindo capital para o Brasil.
O ano de 2026 promete ser marcado por volatilidade devido às eleições presidenciais. Especialistas alertam que, independentemente de fatores externos, o cenário eleitoral tende a trazer incertezas. Cabral destaca que a política monetária continuará a influenciar o câmbio, com expectativas de queda na Selic.
O mercado projeta que o ciclo de redução de juros comece em março, com a taxa terminando 2026 em 12% ao ano. Shahini menciona que a troca de comando no banco central americano, com a possível indicação de Trump para o novo presidente do Fed, será um fator a ser observado, pois pode impactar a política monetária e a confiança do mercado global.
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.