Identifique teste que pode indicar mulheres com maior probabilidade de sofrer aborto

Estudo recente pode auxiliar na identificação das causas de abortos repetidos.

27/06/2025 23:01

3 min de leitura

Identifique teste que pode indicar mulheres com maior probabilidade de sofrer aborto
(Imagem de reprodução da internet).

Pesquisadores do Reino Unido afirmam ter desenvolvido um teste para identificar mulheres que apresentam alterações no revestimento do útero, o que pode aumentar o risco de abortos espontâneos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pesquisadores, em um estudo publicado recentemente na Science Advances, indicam que essa evolução pode apresentar novas oportunidades de tratamento para as que sofrem com perdas gestacionais repetidas.

“O objetivo é identificar abortos espontâneos evitáveis”, declarou a Dra. Joanne Muter, principal autora da pesquisa, da Escola Médica de Warwick, cujo trabalho é financiado pela Tommy’s como parte do seu Centro Nacional de Pesquisa de Aborto Espontâneo.

Leia também:

Muitas mulheres são informadas de que sofreram apenas um revés, porém nossas descobertas indicam que o útero pode estar predispondo para a perda gestacional, mesmo antes da concepção.

Pesquisas de especialistas da Universidade de Warwick revelaram que, em certas mulheres com histórico de aborto espontâneo, a camada do revestimento uterino não responde adequadamente, não se tornando um ambiente favorável à implantação do embrião.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Associações de apoio sustentam que essas evidências podem esclarecer as origens de abortos repetidos, que geralmente geram um intenso sofrimento psicológico.

Além disso, o renomado Professor Jan Brosens, Obstetra e Ginecologista do Warwick and UHCW NHS Trust e Diretor Científico do Tommy’s National Miscarriage Research Centre, detalhou os possíveis motivos que podem levar uma mulher a experimentar múltiplas perdas gestacionais.

É amplamente reconhecido que erros cromossômicos em embriões são responsáveis pelo aumento das taxas de aborto espontâneo em mulheres com mais de 35 anos. Esta pesquisa demonstra que cada aborto espontâneo eleva o risco de implantação de um embrião em um revestimento uterino anômalo, independentemente da idade.

Até o momento, a maioria das investigações na área focava na qualidade do embrião, e o papel do revestimento uterino ainda era pouco compreendido.

A camada que envolve o útero tem a função de receber e sustentar o embrião durante a gravidez, por meio de uma reação biológica que converte suas células em uma forma mais adequada e propícia.

No entanto, quando essa resposta é incompleta ou falha, o risco de sangramento e de perdas gestacionais precoces aumenta consideravelmente.

Uma vez que essa resposta falhe, há maior probabilidade de que ela se repita em futuras gestações.

Eles criaram um teste inovador para identificar sinais de resposta usual ou atípica no endométrio.

A ferramenta está sendo avaliada com mais de mil pacientes no Centro Nacional Tommy de Pesquisas sobre Perda Gestacional, no Hospital Universitário de Coventry e Warwickshire (UHCW).

De acordo com a Universidade, uma das pacientes que recebeu o novo teste, Holly Milikouris, relata que ter a oportunidade de participar do estudo transformou sua vida após ter passado por cinco abortos espontâneos.

O exame diagnóstico de Holly identificou que o endométrio não se preparou adequadamente para a gestação, o que impactou o desenvolvimento dos embriões. Após o tratamento com o Professor Brosens, ela e o marido Chris tiveram dois filhos saudáveis: George, de 3 anos, e Heidi, de 17 meses.

Ter a oportunidade de participar deste estudo transformou minha vida. Pela primeira vez, os resultados da minha biópsia foram normais, e alcançamos não uma, mas duas gestações bem-sucedidas. Nunca seremos capazes de agradecer o suficiente ao Professor Brosens e esperamos que os resultados deste estudo inovador ajudem muitas outras famílias.

Os diagnósticos de fertilidade contemporâneos enfatizam excessivamente embriões, níveis hormonais ou fatores genéticos, frequentemente descuidando do papel do útero.

Essa evolução coloca o revestimento uterino como um fator-chave na saúde do início da gravidez, possibilitando novos caminhos para cuidados pré-concepcionais, tratamento individualizado e suporte emocional para pacientes que por muito tempo não receberam respostas.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.