Hubs de inovação na Amazônia podem gerar R$ 8,3 bilhões anuais, revela estudo

Levantamento sugere centros físico-digitais para fortalecer a sociobioeconomia e valorizar as cadeias produtivas da Amazônia.

14/10/2025 13:03

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(Imagem de reprodução da internet).

Hubs de Inovação na Amazônia: Potencial de Empregos e Valor Agregado

A criação de uma rede de Hubs de Inovação na Amazônia pode gerar até 620 mil empregos verdes diretos e R$ 8,3 bilhões anuais em valor agregado até 2035. Os dados são do “Estudo de Viabilidade para Implantação de Hubs de Inovação na Região Panamazônica”, encomendado pela EY e coordenado pelo Instituto Amazônia 4.0.

A proposta inclui centros físico-digitais focados na pesquisa, beneficiamento e comercialização de produtos da sociobiodiversidade. O estudo sugere Hubs com tipologias fluvial, urbana, agroindustrial e territorial, priorizando cadeias produtivas como açaí, castanha-do-Brasil, cacau, óleos vegetais e bioativos.

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Cada Hub fluvial exigiria um investimento médio de R$ 19 milhões, com retorno estimado em até 60 meses. A governança seria multissetorial, com o Instituto Amazônia de Tecnologia (AmIT) como articulador da rede, responsável pelo monitoramento de indicadores e certificações técnicas.

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Plataforma de Logística Fluvial Inteligente

Atualmente, 70% das cargas na Amazônia são transportadas por via fluvial, enfrentando infraestrutura defasada e custos 35% superiores ao transporte marítimo. As perdas pós-colheita em produtos perecíveis, como açaí e castanha-do-Brasil, chegam a 25%, conforme dados do IBGE.

O estudo propõe uma Plataforma Logística Fluvial Inteligente, que incluiria:

  • Integração de barcos-indústria movidos a energia solar para processamento local;
  • Rotas fluviais otimizadas com tecnologia SIG e blockchain;
  • Entrepostos com biofábricas e sistemas de refrigeração solar.

Com essa estrutura, espera-se uma redução de até 40% nos custos logísticos, diminuição de 25% nas perdas pós-colheita e descarbonização de 1,8 milhão tCO₂/ano por meio de modais sustentáveis.

Impactos Sociais e Econômicos

Além dos empregos e do valor agregado à cadeia, o estudo prevê:

  • Aumento da renda média das famílias extrativistas, que pode subir de R$ 1.200 para R$ 3.500 mensais;
  • Inclusão socioprodutiva de povos originários e comunidades ribeirinhas através de Empresas de Participação Comunitária (EPCs) e coordenação da rede de Hubs, com monitoramento de KPIs e certificação técnica pelo AmIT.

Ricardo Assumpção, sócio-líder de Sustentabilidade e CSO LATAM da EY, afirma que a bioeconomia é fundamental para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e que o estudo reforça o compromisso da empresa em apoiar iniciativas que conectam inovação, inclusão produtiva e valorização da sociobiodiversidade.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.