A Câmara e o Senado buscavam revogar o decreto, contudo, operações de risco sacado (para capital de giro) e cartões de crédito para compras no exterior deverão ser tributadas com imposto sobre operações financeiras.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), obteve uma vitória política em relação aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e conseguiu preservar uma parcela do decreto que determina um aumento na cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
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Motta e Alcolumbre impuseram um ultimato, estabelecendo 10 dias para Haddad revogar o decreto do IOF, que teve sua implementação em 2 de junho de 2025. O prazo expiraria nesta semana, na terça-feira (10.jun). No fim de semana, Motta chegou a sugerir que apresentaria um projeto de decreto legislativo para derrubar a medida da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que o Congresso se opõe ao aumento de impostos.
Após o encerramento da reunião de domingo (8.jun), Motta e Alcolumbre declararam ter alcançado uma vitória, argumentando que o decreto do IOF seria revisado e que o governo concordava com uma revisão de gastos públicos. Contudo, houve uma derrota política para os presidentes da Câmara e do Senado. Na prática, haverá um aumento de impostos, embora menor do que o previsto pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Fazenda.
Com a incidência do IOF sobre as operações de risco sacado, a alíquota pretendida pela Fazenda é de 0,98%. Será realizado um desconto de 80% disso, mas o imposto ainda será aplicado. Essas operações são realizadas por diversos setores da economia para antecipar dinheiro que será recebido de vendas a prazo – por exemplo, o pagamento de vendas realizadas com cartões de crédito. O impacto será um aumento das taxas de juros praticadas.
Ainda será mantido o IOF sobre compras realizadas com cartões de crédito internacionais. Esse tipo de operação é muito comum por parte de quem viaja para o exterior (aqui atinge a classe média e os mais ricos). No entanto, os mais pobres que fazem compras de sites internacionais até US$ 50, as chamadas compras das blusinhas, também será impactados.
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Uma das ações para compensar a diminuição do escopo do decreto do IOF será também o aumento de impostos em outra área. A decisão foi aumentar, o mais breve possível, o imposto sobre as empresas de apostas . Atualmente, as bets pagam 12%. Passarão a pagar 18%.
Assista à fala de Haddad a jornalistas (27min):
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.