Haddad critica Brasil por ser tímido na taxação de bets e bebidas e pede discussão no Congresso
O ministro propôs que a discussão sobre a Medida Provisória (MP) que amplia a tributação sobre sites de apostas, as “bets”, e letras de crédito seja retomada no…
Ministro da Fazenda comenta sobre sobretaxação no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira, 14, que o Brasil é cauteloso na sobretaxação de setores como apostas, bebidas e tabaco, se comparado a outras nações. “Ninguém considera injusto sobretaxar o cigarro ou a bebida. Globalmente, é assim. Setores que geram muitas externalidades negativas para a sociedade são sobretaxados. O Brasil é até tímido. Em alguns países, é até inacessível”, afirmou durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
FMI revisa previsão de crescimento do Brasil para 2025
Haddad ressaltou que a abordagem em relação ao tabagismo, alcoolismo e dependência psicológica não deve ser a proibição, mas sim assegurar que esses setores contribuam para os efeitos colaterais que podem causar, incluindo as apostas. “No caso das apostas, temos tecnologia para, se essa disputa continuar, enfrentar o setor de forma mais firme, que teve uma participação desastrosa nos debates da Câmara”, disse.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ele acrescentou que esses setores precisam contribuir para os efeitos colaterais que podem gerar dependência. “Isso não é demonizar, é nomear a realidade”, completou.
Leia também:

Haddad e Alcolumbre debatem Orçamento de 2026 diante de rombo de R$ 46 bilhões

INSS interrompe pagamento de bônus para diminuir fila de pedidos por falta de recursos

Financiamento do Brasil atinge 8,93% no 2º tri de 2025, alta de 0,09 ponto em relação a 2024
Discussão sobre Medida Provisória e tributação
O ministro também defendeu que parte da Medida Provisória (MP), que perdeu validade devido à falta de votação na Câmara dos Deputados, deve ser reavaliada no Congresso. Haddad mencionou que recebeu “acenos de parlamentares para corrigir o que ocorreu”. A MP alternativa ao IOF visava aumentar a tributação sobre sites de apostas e letras de crédito, entre outras medidas.
“Estamos aguardando o retorno do presidente da República hoje. Amanhã devemos começar a trabalhar o tema. Já recebi de vários parlamentares sinais no sentido de corrigir o que aconteceu”, afirmou. O chefe da Fazenda ainda mencionou que discutirá o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira.
“Acredito que até o final do ano haverá uma compreensão de que temos um orçamento encaminhado com alguns pressupostos, e a MP alternativa ao IOF era um pressuposto importante, pois era justa, inclusive em relação aos títulos isentos”, concluiu.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.