Haddad alega que a família do ex-presidente busca “evitar” o processo no STF; argumenta que a medida tributária de Trump “não perdurará”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a taxa de 50% sobre importações brasileiras é “insustentável” e que foi orquestrada pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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O ministro afirmou que se tratava de uma tarifa inviável, sob ambas as perspectivas econômica e política.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), alega que o aumento se deve ao tratamento que o governo brasileiro dispensou a Bolsonaro, a quem declarou respeitar “profundamente”. As tarifas começam em 1º de agosto e se aplicam a todos os produtos brasileiros enviados para os EUA.
A única explicação plausível pelo que ocorreu ontem foi porque a família Bolsonaro arquitetou esse ataque ao Brasil. E com um objetivo específico, que é evitar o processo em andamento, declarou Haddad.
Bolsonaro é acusado de envolvimento em tentativa de golpe de Estado em 2022. Tornou-se réu em 26 de março. O julgamento está no STF (Supremo Tribunal Federal).
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Os Estados Unidos determinaram que é necessário romper com o vínculo histórico e profundamente desigual gerado pela política tarifária de barreiras comerciais do Brasil.
Haddad divergiu dessa avaliação. Ele ressaltou que os Estados Unidos apresentam superávit comercial com o Brasil desde 2009, o que indica que os norte-americanos importam mais do que exportam para o Brasil.
A decisão é eminentemente política, pois não emana de nenhuma racionalidade econômica. Não foi racionalidade econômica o que foi feito ontem. Considerando que os EUA, como todos sabem, é superávitário em relação à América do Sul como um todo, afirmou o ministro da Fazenda.
O líder da equipe econômica argumentou que o governo brasileiro interviria para negociar as tarifas. Trump estabelecera, em abril, uma alíquota de 10% para o Brasil. Para Haddad, tal taxa não era mais justificável.
O ministro relatou um encontro com o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em viagem a Los Angeles em maio. Segundo o ministro, o americano concordou que a alíquota não era a ideal.
Conversei com o secretário de Tesouro dos EUA na Califórnia e informei que não faria sentido a taxa de 10%, considerando que o Brasil apresentava déficit em relação à balança de bens e serviços. Ele também admitiu que havia espaço para negociação de uma redução, afirmou Haddad.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.