Gustavo Borges detalha o que o Brasil deve realizar para alcançar novamente posições de destaque
Ex-nadador destaca o papel das escolas, clubes e famílias no desenvolvimento esportivo.

Gustavo Borges afirmou ao CNN Esportes S/A que o Brasil pode retomar o sucesso em competições esportivas, conquistando medalhas.
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O atleta olímpico ressaltou que o debate é bastante complexo, porém existem decisões que poderiam aprimorar as chances dos talentos brasileiros.
Para o ex-nadador, a formação de atletas deve iniciar cedo e incluir escolas e famílias.
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Começaria na escola com incentivo, porém ali é muito sério. A prática esportiva dentro da escola e com os pais. Acredito que se os pais se envolvessem mais na cultura esportiva, perceberíamos um grande crescimento em nosso trabalho.
Conforme Borges, naquelas nações com tradição na modalidade, como Austrália e Estados Unidos, o volume de participantes e a infraestrutura apropriada representam uma diferença significativa.
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Possui volume, conta com infraestrutura, alcança resultados. Apresenta bons técnicos. Acredito que o pilar do treinador é muito importante. Tem bons treinadores, afirmou.
Base de alto rendimento
O campeão também criticou o sistema de investimento esportivo no Brasil, que enfatiza o desempenho imediato. Segundo ele, a formação de jovens atletas necessita de mais investimentos.
Nos últimos anos, temos um investimento significativo no alto rendimento. Considere a Olimpíada de 2016 e a Copa do Mundo, todos são exemplos de alto rendimento. Além disso, direcionamos mais dinheiro para a formação, buscando um fluxo contínuo de atletas que atinjam o topo.
Segundo Borges, a questão de onde investir é recorrente e difícil.
Então, ao investir ali (na base), você não vai investir aqui em cima, que são os atletas que estão dando resultado. (…) Então, é uma situação muito complexa, analisou o empresário.
Apesar da complexidade, o ex-nadador não tem dúvidas sobre sua decisão: “Eu colocaria na primeira posição (o dinheiro/incentivo).”
Isto porque, para ele, a base é fundamental para alcançar o sucesso: “A base é onde se consolida o alto rendimento”.
O percurso que, segundo Borges, deve ser trilhado pelos atletas, representa uma transição cuidadosamente planejada.
É necessário fazer uma transição da fase de formação, do aprendizado, do que você está se divertindo, para a competitiva – geralmente por volta dos 9 aos 12 anos –, e em seguida para um crescimento profissional – onde você estará com 17, 18, 19, 20 –, com alto rendimento.
Conflitos internos nas organizações
O ex-nadador também abordou o papel das entidades que regem o esporte no Brasil.
“Todos desejam que o Brasil se torne uma grande potência”, declarou.
Borges ressaltou as dificuldades dos clubes sociais, que conciliam interesses de membros e jogadores.
No clube social, há a combinação do convívio social com o esporte, que representa um novo desafio. O associado não pode utilizar a piscina, que é linda e maravilhosa, de segunda a sábado, conforme relatou o medalhista.
Ele argumenta que a administração esportiva nessas instituições demanda equilíbrio.
A orientação dos clubes representa uma gestão extremamente difícil. Que se distingue do futebol, onde há o campo e o treinamento, focados no alto desempenho. Dentro das associações sociais, isso não ocorre. Assim, há uma disputa entre o associado e o esporte de alto rendimento.
Borges observou que certos clubes conseguem se adaptar a essa situação, ainda que não seja comum.
Então, existe uma atividade física ali que se deve ser realizada, e em muitos clubes ela é bastante útil. O Minas é um bom exemplo, assim como o Pinheiros.
Apesar disso, o empresário ressaltou que, considerando que tudo depende de recursos, uma maior variedade de alternativas poderia favorecer o desenvolvimento do Brasil no esporte.
Em suma, tudo se resume à capacidade de investimento. E se esse investimento traz um retorno para o clube de alguma forma. (…) Agora, como isso melhora isso? É ter mais opções do que simplesmente esses que a gente falou, que são os clubes principais, falando de nacionalidade específica.
O esporte como transformação social
O atleta olímpico também argumentou que o esporte deve ser considerado como instrumento de transformação social.
A ênfase reside no investimento em fundamentos, infraestrutura e conhecimento técnico. É preciso combater o sedentarismo, abordando a atividade física como uma solução abrangente para o desenvolvimento humano e o crescimento. Os benefícios do esporte são notáveis.
Para Borges, o foco principal deve ser o desenvolvimento do esporte no Brasil, e não somente em obter medalhas imediatas.
Portanto, se você tem todos esses elementos, não é o número de medalhas que você vai se preocupar, é o que faremos como nação esportiva no futuro.
CNN Esportes S/A
Com Gustavo Borges, medalhista olímpico, o CNN Esportes S/A na 107ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa explora os bastidores de um mercado que gera bilhões e é um dos mais lucrativos globalmente: o esporte.
Em destaque, os temas mais relevantes do universo do futebol, sob a ótica da economia e dos negócios.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.