Guimarães solicita revisão da base de cálculo devido à incidência do IOF
Líder do governo na Câmara afirma que a crise decorreu do cenário político e que irá defender a federação com PDT e Psol no Partido dos Trabalhadores.

O presidente da Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu um ajuste geral na articulação política após a derrubada do decreto que elevava o IOF, considerado o maior revés do Planalto em 2025.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em entrevista ao jornal O Globo nesta 5ª feira (26.jun.2025), Guimarães afirmou que o governo precisa recompor sua base no Congresso. Segundo ele, a responsabilidade é compartilhada pela Câmara e pelo Senado. “O problema ocorre nas duas Casas”, disse.
O deputado afirmou que irá defender no Brasil a criação de uma federação política com o PDT e o PSOL em 2026. “Precisamos cuidar dos nossos. (…) Em seguida, atrair o centro”, declarou.
Leia também:

Banco Central projeta que a economia do Brasil apresentará um crescimento de 2,1% em 2025

A China afirma que os Estados Unidos estão gerando instabilidade no ambiente marítimo global

Líder supremo afirma que Irã recebeu um “golpe” dos Estados Unidos após os ataques
A Câmara e o Senado rejeitaram o aumento do IOF proposto por Lula em votação relâmpago nas duas Casas — um movimento raro e simbólico da insatisfação do Legislativo com o Palácio do Planalto.
O projeto recebeu 383 votos na Câmara e foi aprovado por aclamação no Senado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não informou o governo antes de agendar a votação. Apoiadores consideram levar o assunto ao STF.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A derrota foi considerada por Guimarães como um “serviço ao país”, que pode forçar o Executivo a novos cortes. “O governo terá que apertar o cinto, contingenciar a todos e a tudo”, declarou.
Ele sustentou que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deveria promover diás com todos os partidos. Além disso, solicitou um relacionamento mais consistente com os presidentes do Congresso.
O deputado criticou a condução da votação por Motta — que teria articulado de forma unilateral. “Foi um erro grave e um precedente ruim para a Casa”, declarou.
A líder afirmou que o anúncio da pauta ocorreu de maneira inesperada, através das redes sociais, o que prejudicou o debate. Ela também indicou que a crise foi intensificada pelo clima eleitoral precocemente definido no Congresso.
Guimarães contestou a falha do presidente Lula e declarou que a retirada do IOF foi uma escolha deliberada: o governo preferiu implementar uma MP (medida provisória) com redução de despesas entre 10 e 20 bilhões até 2026.
Destacou, contudo, a demora do governo na execução do orçamento e propôs reduzir programas considerados não estratégicos: “Realizar um corte linear dos incentivos de exoneração tributária, que totaliza R$ 800 bilhões”.
O deputado criticou também a resistência de setores econômicos ao aumento da carga tributária: “O Brasil está numa encruzilhada. (…) Os de cima precisam pagar a conta que nunca pagaram”.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.