Guarda Costeira dos EUA aguarda reforços para abordar o petroleiro Bella 1, vinculado à Venezuela, em operação que destaca limitações de recursos.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos está à espera de reforços antes de tentar abordar um petroleiro vinculado à Venezuela, que vem sendo monitorado desde domingo (21). A informação foi confirmada por um oficial americano e uma fonte próxima ao caso à agência de notícias Reuters.
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O navio, conhecido como Bella 1, está sob vigilância da Guarda Costeira.
A operação de abordagem deverá ser realizada por uma das duas equipes especializadas, denominadas Equipes de Resposta de Segurança Marítima, que têm a capacidade de abordar embarcações em situações como essa, inclusive utilizando rapel a partir de helicópteros.
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A longa perseguição destaca a diferença entre a intenção do governo do presidente Donald Trump de apreender petroleiros sob sanções e os recursos limitados da Guarda Costeira.
Diferentemente da Marinha dos Estados Unidos, a Guarda Costeira tem a autoridade para realizar ações de aplicação da lei, incluindo a apreensão de embarcações que desrespeitam as sanções americanas. Recentemente, Trump intensificou as medidas contra navios que entram e saem da Venezuela, visando aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro.
Nas últimas semanas, a Guarda Costeira conseguiu apreender dois petroleiros próximos à Venezuela. Após a primeira apreensão, em 10 de dezembro, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, divulgou um vídeo mostrando a abordagem de um navio por helicópteros e agentes armados descendo de rapel.
Uma publicação do Departamento de Segurança Interna, que supervisiona a Guarda Costeira, mostrou oficiais se preparando para abordar o petroleiro Centuries, o segundo navio apreendido pelos EUA. Corey Ranslem, diretor-executivo do grupo de segurança marítima Dryad Global, destacou que há um número restrito de equipes treinadas para esse tipo de operação.
O Departamento de Segurança Interna não respondeu a um pedido de comentário, e a Reuters não conseguiu esclarecer os motivos pelos quais a Guarda Costeira ainda não abordou a embarcação. A administração pode decidir não prosseguir com a apreensão.
A Guarda Costeira, embora parte das Forças Armadas, integra o Departamento de Segurança Interna e enfrenta limitações significativas em seus recursos. Washington mobilizou uma força militar considerável, incluindo um porta-aviões e caças, enquanto a Guarda Costeira opera com recursos muito mais modestos.
O serviço tem alertado sobre a falta de recursos para cumprir uma lista crescente de missões, como operações de busca e salvamento e apreensões de drogas. Em novembro, a Guarda Costeira anunciou a apreensão de cerca de 22 toneladas de drogas no Pacífico Oriental, avaliadas em mais de US$ 362 milhões.
O Almirante Kevin Lunday, comandante da Guarda Costeira, declarou a parlamentares que a instituição enfrenta uma crise de prontidão que se agrava há décadas. Para o ano fiscal que termina em setembro de 2026, a Guarda Costeira solicitou um orçamento de US$ 14,6 bilhões, além de receber mais US$ 25 bilhões por meio de uma legislação abrangente.
Lunday afirmou que a Guarda Costeira está menos preparada do que em qualquer outro momento nos últimos 80 anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que a situação atual não é sustentável.
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Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.