Grupo de ativistas solicita que Messi e a Argentina não realizem jogo amistoso em Angola

Comitivas lançaram o pedido após a ocorrência de 30 falecidos em manifestações recentes.

19/08/2025 14:47

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(Imagem de reprodução da internet).

Organizações ativistas angolanas solicitaram à Associação do Futebol Argentino (AFA) e a Lionel Messi que cancelem o amistoso marcado para o final do ano em Luanda, após a ocorrência de 30 mortes nos protestos recentes no país africano.

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As federações de futebol de ambos os países acordaram para a realização de um amistoso, em uma data a ser definida em novembro, como parte das celebrações do 50º aniversário da independência de Angola.

Quatro grupos de ativistas dirigiram uma carta aberta à AFA, à seleção argentina e à fundação beneficente de Messi, acusando as autoridades angolanas de “repressão sistemática”.

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A recusa em participar do jogo seria um gesto nobre de solidariedade internacional e de respeito aos direitos humanos, declararam as organizações pró-democráticas.

Angola é um dos países africanos com maior produção de petróleo, porém quase um terço de sua população (aproximadamente 38 milhões de pessoas) enfrenta a pobreza, conforme informações do Banco Mundial.

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Em julho, a alta dos preços dos combustíveis gerou uma série de protestos que resultaram em assaltos a estabelecimentos comerciais e a polícia utilizou munição letal para reprimir as manifestações.

Ao menos 30 indivíduos perderam a vida, mais de 270 pessoas ficaram feridas e 1.515 foram detidos nos mais graves confrontos registrados no país em décadas.

Com a alocação de recursos públicos em eventos esportivos de grande porte, inúmeras crianças e adultos sofrem de fome crônica, anemia grave e insegurança alimentar.

De acordo com um relatório de 2025 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, 22,5% da população angolana enfrenta a desnutrição.

Alguns ativistas denunciaram que poucas pessoas se beneficiam das oportunidades de negócio em Angola e que a maioria está ligada ao MPLA, partido que governa o país desde a independência de Portugal, em 1975.

Fonte por: Carta Capital

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.