Grupo de apoio a Gaza afirma ter sido alvo de drone próximo à Tunísia

Uma embarcação do grupo que partiu com ativistas e assistência humanitária para Gaza foi atacada por um drone próximo à Tunísia. No entanto, os organizadores enfatizaram que estão “determinados” a seguir em frente e “romper o bloqueio” israelense sobre o território palestino.

Mais de mil indivíduos foram recebidos pela frota no domingo, no norte da África, um grupo de quase 20 embarcações que partiram no início do mês de Barcelona com destino ao território palestino cercado.

A comitiva inclui a ambientalista sueca Greta Thunberg, entre outros nomes como o brasileiro Thiago Ávila. O objetivo é “estabelecer uma passagem humanitária e interromper o genocídio em curso da população palestina” no contexto do conflito entre Israel e Hamas, de acordo com os organizadores.

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Na terça-feira, pela manhã, a Flotilha Global Sumud informou no Instagram que um dos barcos “foi atingido por um drone” em águas tunisianas. A organização divulgou um vídeo de uma câmera de segurança em um barco, onde se percebe um ruído contínuo. Posteriormente, um ativista grita e se afasta antes de uma explosão ser registrada. Uma luz intensa ilumina o local.

O incêndio iniciado no convento foi rapidamente controlado, informou um jornalista da AFP que estava na localidade de Sidi Bou Said, próxima à capital da Tunísia.

A embarcação relatou que os seis tripulantes estavam bem e a salvo, informou sobre prejuízos materiais e denunciou “atos de agressão visando interromper [sua] missão”.

“Nossa determinação é maior e estamos mais decididos do que nunca a superar o bloqueio de Gaza”, declarou horas depois um organizador da flotilha, Ghassen Henchiri, perante uma plateia em Tunis.

Nadir al Nuri, integrante da diretoria, assegurou que a frota partirá na quarta-feira, conforme o planejado.

A Guarda Nacional Tunisiana declarou não ter identificado “nenhum drone” após o anúncio da flotilha.

“De acordo com as conclusões preliminares, ocorreu um incêndio nos coletes salva-vidas a bordo de um barco atracado a 50 milhas do porto de Sidi Bou Said e proveniente da Espanha”, declarou AFP Houcem Eddine Jebabli, porta-voz da guarda tunisiana.

A Guarda Nacional declarou, em comunicado posterior divulgado no Facebook, que as informações sobre a presença de um drone “não têm fundamento”, considerando que o fogo pode ter sido causado por um cigarro.

Ataque

O ativista brasileiro Thiago Ávila publicou no Instagram um vídeo com o relato de outro integrante da flottilha que relata ter observado um drone.

Foi, sem dúvida, um drone que lançou uma bomba, declarou o homem, identificado como Miguel.

A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos, Francesca Albanese, residente na Tunísia e que se deslocou à noite para o porto, publicou no X o vídeo da câmera de segurança do navio.

1. Som proveniente do que a tripulação identificou como um drone.
2. A tripulação emite o alerta e solicita assistência.
3. Explosão.

Seria uma agressão contra a Tunísia e a soberania tunisiana, declarou Albanese aos jornalistas em Sidi Bou Said.

A Agência France-Presse (AFP) pediu esclarecimentos ao Exército israelense, porém não recebeu uma resposta imediata.

A Faixa de Gaza se tornou palco de uma guerra devastadora, resultante do ataque sem precedentes realizado pelo Hamas contra o território israelense em 7 de outubro de 2023.

A Organização das Nações Unidas declarou em agosto estado de fome no território palestino e alertou que 500 mil pessoas estão enfrentando uma situação “catastrófica”.

Os barcos da Flotilha Global Sumud (”sumud” significa ”resiliência” em árabe) preveem atracar em Gaza em meados de setembro para fornecer ajuda humanitária, após duas tentativas frustradas por Israel em junho e julho.

Fonte por: Carta Capital