A maior operação já efetuada no Brasil contra o comércio ilegal de fauna resultou na prisão de 45 indivíduos e no resgate de 700 animais; investigações …
Operação São Francisco, realizada no Rio de Janeiro, desmantelou uma organização criminosa que atuava há pelo menos três décadas no tráfico de animais selvagens. A ação resultou na prisão de 45 indivíduos, incluindo um deles, baleado em confronto, e no resgate de aproximadamente 700 animais, diversos deles ameaçados de extinção. Uma agente da polícia civil também foi atingida durante a operação, porém, não apresenta risco de vida.
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A investigação é conduzida pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), com apoio do Ministério Público do Rio, Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e Inea. Foram realizados mais de mil agentes no cumprimento de 44 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão em locais no Rio, em São Paulo e em Minas Gerais.
A polícia informou que o grupo possuía uma estrutura organizada, incluindo células dedicadas à captura, comércio ilegal de animais e à falsificação de documentos para legitimar as operações.
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O secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, declarou que “era um verdadeiro corredor da morte. Sessenta por cento dos animais retirados da natureza chegavam mortos ao destino, vítimas da crueldade no transporte”.
O titular da Polícia Civil, Felipe Curi, enfatizou a importância de fortalecer a legislação para combater o crime de receptação.
O comércio ilegal de animais é a quarta atividade criminosa mais rentável globalmente, ficando atrás de drogas, armas e tráfico humano. Anualmente, são movimentados entre 8 e 20 bilhões de dólares. Segundo Curi, no Brasil, esses crimes recebem uma resposta penal muito branda devido à legislação vigente.
Pesquisadores constataram que araras eram vendidas por valores que variavam até R$ 5 mil, primatas entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, e aves menores por R$ 150 cada. Em uma única ocorrência, um traficante transportava 1.200 aves, com um valor total de R$ 150 mil.
Os indivíduos adquirem aves por R$ 200 de caçadores e as revendassem por até R$ 5 mil em mercados informais e em sites online. Representa um negócio de grande porte que ameaça a biodiversidade do Brasil, afirmou o delegado André Prates, da DPMA.
A quadrilha também operava com setores dedicados à falsificação de anilhas, selos públicos e certificados, visando ocultar a origem ilegal das espécies.
A operação mira o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, que está preso há duas semanas devido a ligações com o tráfico de drogas. Agências policiais executaram mandados em locais associados a ele na Zona Sudoeste do Rio.
De acordo com as investigações, o ex-parlamentar estava envolvido na negociação e comercialização de primatas.
Mais uma vez, ele foi encontrado envolvido em diversas atividades criminosas. No caso em questão, estava relacionado à compra e venda de macacos, um negócio lucrativo no tráfico de animais, afirmou Curi.
Os animais resgatados foram levados à Cidade da Polícia, onde recebem atendimento veterinário, avaliação de peritos e, em seguida, são direcionados a centros de triagem. Espera-se que uma parcela deles seja reintegrada ao ambiente natural.
Os investigados responderão por associação criminosa, tráfico de animais, receptação qualificada, comércio ilegal de armas e falsificação de documentos.
“Cada animal adquirido em feira ou pela internet está contaminado com sangue. Sustenta a mesma corrente que ceifa policiais e prejudica o meio ambiente”, declarou o delegado André Neves, do DGPE.
A CNN busca contato com a defesa de TH Jóias e dos demais envolvidos na operação.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.