Greta Thunberg é deportada de Israel após tentar chegar a Gaza por via marítima

O ativista brasileiro Thiago Ávila, que se encontrava a bordo, foi detido pelas forças israelenses e retornará ao Brasil.

10/06/2025 7:03

4 min de leitura

Greta Thunberg é deportada de Israel após tentar chegar a Gaza por via marítima
(Imagem de reprodução da internet).

A ativista sueca Greta Thunberg foi deportada de Israel em um voo para a França nesta terça-feira (10), após ser detida pelo Exército israelense, junto com outros ativistas a bordo de um navio de ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza .

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A Ministra das Relações Exteriores de Israel publicou no X que Greta Thunberg partiu de Israel em um voo para a Suécia (via França), acompanhada de duas fotos da ativista a bordo de um avião.

Greta Thunberg acabou de deixar Israel em um voo para a Suécia (via França).

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Ministério das Relações Exteriores de Israel (@IsraelMFA) – 10 de junho de 2025

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Thunberg, aos 22 anos, é uma ativista climática reconhecida que evita viagens aéreas há muito tempo, tendo se deslocado de barco para uma conferência sobre o clima em Nova York em 2019.

Pelo menos cinco membros da tripulação, também detidos a bordo do barco humanitário Madleen na segunda-feira (9), se recusaram a partir voluntariamente e serão deportados, de acordo com o Ministro das Relações Exteriores da França nesta terça-feira.

Ontem à noite, o nosso cônsul pôde verificar os seis cidadãos franceses que foram detidos pelas autoridades israelenses. Suas famílias foram informadas. Um deles consentiu com a sua partida voluntária e deve retornar hoje. Os demais cinco serão deportados.

Nossa consulhou ver nesta noite os 6 cidadãos franceses detidos pelas autoridades israelenses. Seus familiares foram contatados. Um deles aceitou uma partida voluntária e deve retornar hoje. Os cinco demais serão alvo de um processo de expulsão forçada.

Jean-Noël Barrot (@jnbarrot) 10 de junho de 2025

Uma das cidadãs francesas apreendidas por Israel na segunda-feira é Rima Hassan, membro do Parlamento Europeu.

Nos últimos dias e horas, o Presidente do Parlamento Europeu tem mantido contato constante com as autoridades israelenses… para assegurar a segurança da deputada europeia, Rima Hassan, que estava a bordo do navio Madleen, e de todos que a acompanhavam.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel havia comunicado anteriormente que qualquer indivíduo que se recusasse a assinar os documentos de deportação e deixar Israel seria levado perante as autoridades judiciais para autorizar sua deportação.

Navio com destino a Gaza

A embarcação humanitária, apreendida no navio com destino a Gaza, foi interceptada por Israel na segunda-feira, e atracou no porto israelense de Ashdod na noite da mesma data, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.

A Madleen integra a Coalizão Flotilha da Liberdade, uma organização que promove a campanha contra o bloqueio israelense a Gaza e buscou romper o cerco marítimo.

A Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC) declarou que as forças militares israelenses “atacaram” e “abordaram ilegalmente” o Madleen, que buscava fornecer assistência a Gaza.

O território palestino enfrenta mais de 600 dias de conflito e um bloqueio israelense de 11 semanas a toda assistência humanitária, o que aprofundou a crise de fome que afeta os 2,1 milhões de habitantes.

A Anistia Internacional também manifestou sua condenação em relação à detenção dos ativistas.

A operação de interceptação e bloqueio do Madleen na madrugada, em Aguas Internacionais, infringe o direito internacional e expõe os indivíduos a bordo a riscos, declarou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, em um comunicado.

Israel declarou à CNN que está impedindo a entrada de todas as embarcações na Faixa de Gaza, em conformidade com o direito internacional.

Israel prometeu consistentemente impedir a chegada do barco de ajuda humanitária a Gaza e o classificou como um “iate para selfies” carregado de “celebridades”.

O bloqueio à ajuda humanitária em Gaza.

O país implementou um bloqueio humanitário completo a Gaza em 2 de março, interrompendo o abastecimento de alimentos, medicamentos e assistência aos mais de 2 milhões de palestinos que residem no território há 11 semanas.

Com a crescente pressão internacional, Israel iniciou a autorização do envio de assistência em pequena escala a partir do final de maio.

Organizações humanitárias afirmam que se trata apenas de uma fração da ajuda que chegou ao território antes da guerra e alertaram para o agravamento da crise humanitária e o risco crescente de fome generalizada.

Um relatório apoiado pela ONU alertou, no final de abril, que uma em cada cinco pessoas enfrentava a fome.

Dezenas de palestinos foram mortos na última semana, ao tentar receber assistência do novo grupo apoiado pelos Estados Unidos, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF).

A organização visa substituir o sistema de assistência humanitária coordenado pela ONU em Gaza.

As Nações Unidas advertiram que o novo mecanismo de distribuição transformou-se em uma “armadilha mortal” para indivíduos necessitados de alimentos em Gaza.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.