De 195 países signatários do Acordo de Paris, apenas 60 apresentaram metas climáticas renovadas em Nova York.
A Cúpula do Clima, realizada durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, apresentou resultados limitados na entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), as novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Segundo Anna Carcamo, especialista em política climática no Greenpeace, o progresso foi insuficiente, intensificando a pressão sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
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Carcamo ressaltou que as NDCs deveriam ter sido apresentadas até fevereiro do ano corrente, com o prazo estendido para setembro. A cúpula representou um momento crucial para os países demonstrarem suas metas. No entanto, o resultado ainda é insatisfatório, considerando que aproximadamente 60 NDCs foram oficialmente apresentadas, enquanto 195 países são membros do Acordo de Paris e já deveriam ter cumprido essa obrigação.
A especialista destacou a urgência climática diante do aumento médio de 1,3°C na temperatura global. Em 2023, o planeta ultrapassou o limite de 1,5°C, determinado na ocasião. Desastres climáticos estão se tornando mais frequentes e intensos, afetando principalmente as comunidades e ecossistemas mais vulneráveis, evidenciando a “injustiça climática”.
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Carcamo enfatizou a ausência de um mecanismo internacional de cobrança pelo cumprimento das NDCs, reforçando o papel crucial da sociedade civil e da Justiça no monitoramento. Organizações como o Greenpeace desempenham um papel fundamental nesse processo, acompanhando e pressionando por metas mais ambiciosas. A análise das NDCs por tribunais nacionais, como no Brasil, também se torna cada vez mais relevante.
A presidência do Brasil na COP30 fortalece a responsabilidade do país em estimular uma maior ambição climática. A expectativa é que, em Belém, as novas metas sejam avaliadas e recebam uma resposta política clara. É fundamental que a COP responda ao relatório síntese, indicando se as NDCs são suficientes e, em caso negativo, exigindo que os países aumentem suas metas para garantir o cumprimento do limite de temperatura seguro.
Autor(a):
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.