Governo pondera designar embaixadora em Washington

O Itamaraty avalia diferentes respostas às ameaças de Trump de elevar tarifas, que abrangem retaliações comerciais e diplomáticas.

10/07/2025 13:35

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O governo não exclui a possibilidade de solicitar novamente à Brasília a embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti, para discussões em retaliação às ameaças do presidente Donald Trump de aplicar uma taxa de 50% sobre todas as mercadorias brasileiras enviadas aos Estados Unidos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A convocação de um embaixador para retornar ao país para consultas é considerada um forte sinal de desaprovação diplomática.

É improvável que essa medida seja implementada em curto prazo. A medida foi discutida no governo, mas não se chegou a um acordo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Itamaraty irá analisar uma variedade de respostas potenciais em resposta às ameaças do presidente americano.

A previsão no governo é que a posição do Brasil seja definida e elaborada por meio de um processo que se mostrará extenso.

Leia também:

Existem três motivos principais para essa abordagem mais cautelosa.

Primeiramente, há uma preocupação com os impactos negativos na economia brasileira caso o país adote medidas retaliatórias de forma repentina.

Uma reação impulsiva poderia, por exemplo, intensificar a inflação e impactar negativamente o emprego em setores que dependem das exportações para os Estados Unidos.

A seleção de produtos americanos que possam ser sujeitos a tarifas de retaliação será feita com cautela, priorizando aqueles com maior impacto político nos Estados Unidos e menor risco para o mercado brasileiro.

Ademais, o Brasil não possui urgência para reagir visto que, ao contrário de países como México e Canadá, a economia nacional apresenta uma dependência comercial muito menor dos Estados Unidos.

Essa posição concede ao país uma vantagem maior para suportar a pressão imediata e planejar uma resposta mais estratégica, sem a urgência que afeta outras economias com forte exposição ao mercado norte-americano.

Por último, há a imprevisibilidade ligada a Trump. O presidente americano é considerado imprevisível e instável por diplomatas brasileiros, e já cedeu em disputas comerciais anteriores com outros países — o que resultou na criação do termo “TACO” (Trump always chickens out — ou Trump sempre amarela, em tradução livre).

Essa característica indica que uma resposta brasileira mais ponderada pode ser mais eficiente do que uma reação imediata.

O governo Lula busca uma reação contundente, ainda que responsável, que proteja os interesses nacionais e assegure a estabilidade econômica, evitando concessões a provocações.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.