Governo não demonstra vulnerabilidade
Executivo promove encontro entre representantes de setores industrial e agrícola para abordar ações contra política tarifária dos EUA.

O governo brasileiro se depara com um desafio considerável para responder à política tarifária dos Estados Unidos, restando apenas nove dias úteis até o prazo de 1º de agosto.
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Em reuniões realizadas em Brasília e São Paulo, integrantes do setor industrial e do agronegócio manifestaram preocupações em relação à complexidade da situação e à falta de soluções urgentes.
Em reuniões, empresários do setor industrial manifestaram preocupações sobre a falta de viabilidade de redirecionar a produção manufatureira brasileira para outros mercados.
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A questão é particularmente relevante, visto que 50% das exportações de alta tecnologia do Brasil são direcionadas aos Estados Unidos, englobando inúmeras empresas em intrincadas cadeias de suprimento.
Desafios no setor.
Os setores impactados encontram barreiras particulares. A indústria lida com especificações técnicas rigorosas que aderem a regulamentos norte-americanos, o que impede o reenvio de produtos para outros mercados em um curto período.
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O setor agrícola enfrenta desafios semelhantes, notadamente em produtos como suco de laranja, que possui nos Estados Unidos seu principal mercado consumidor.
O Brasil prefere não apresentar pedidos diretos aos Estados Unidos, como a solicitação de prorrogação do prazo, por receio de evidenciar vulnerabilidades nas negociações.
O governo brasileiro procura sensibilizar as autoridades norte-americanas por meio dos clientes nos EUA, estimulando empresas que adquirem produtos brasileiros a influenciar o governo Trump.
A situação é agravada pela falta de canais de diálogo efetivos entre Brasil e Washington. Apesar dos esforços para reestabelecer a comunicação, as tentativas anteriores resultaram em comunicação unilateral, sem respostas concretas do lado norte-americano, como se vê na carta do governo que permanece sem resposta.
Estratégia alternativa
Empresas brasileiras têm contratado consultores e escritórios de representação nos Estados Unidos para auxiliar na navegação deste cenário complexo.
Esta movimentação indica uma possível terceirização das negociações, com o setor privado assumindo um papel mais ativo na busca por soluções para o impasse comercial.
Revisão por João Nakamura, da CNN, em São Paulo.
Nova abertura comercial pode diminuir os efeitos das tarifas americanas no Brasil? Compreenda.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.