Intervenção do Tesouro para Controlar a Valorização do Dólar
O Tesouro do governo de Javier Milei está realizando compras diretas de dólares no mercado à vista da Argentina, com o objetivo de evitar uma valorização excessiva da moeda, conforme informações exclusivas da Bloomberg. Essa estratégia visa estabilizar o mercado cambial em um cenário de forte volatilidade.
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Incentivos Fiscais e Entrada de Dólares
A medida ocorre em um momento de grande influxo de moeda estrangeira, impulsionado por um incentivo fiscal temporário que isenta exportadores de grãos de parte dos tributos sobre as vendas externas. Essa política visa fortalecer as reservas internacionais do país.
Intermediação do Banco Central
Fontes internas revelaram que o banco central argentino tem atuado como intermediário nessa estratégia, entrando em contato com grandes bancos e corretoras para identificar ofertas relevantes de venda de dólares por parte de clientes institucionais. O Tesouro, então, realiza as compras diretamente, bloqueando o excesso de dólares no mercado.
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Objetivo da Intervenção
A intervenção busca proteger a política cambial, especialmente em meio à forte oscilação do peso argentino, que recentemente atingiu o menor valor histórico. O governo busca preservar a competitividade das exportações e controlar a inflação, fatores cruciais para a estabilidade econômica.
Incentivos Fiscais e o Impacto no Mercado
Na segunda-feira, 23, Milei anunciou uma isenção tributária emergencial para exportações agrícolas, com o objetivo de reforçar as reservas internacionais e estabilizar a moeda argentina. Em troca, os exportadores foram obrigados a converter 90% dos valores obtidos no mercado de câmbio num prazo de 72 horas.
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Volume Atípico de Transações
Essa medida provocou a entrada acelerada de dólares, atingindo o teto de US$ 7 bilhões já na quarta-feira, 25, segundo o governo. Esse volume é considerado atípico, dado que o mercado argentino movimenta, em média, cerca de US$ 500 milhões por dia.
Análise do Câmbio e Necessidade de Desvalorização
Sem a intervenção oficial, essa liquidez poderia pressionar o câmbio e fortalecer o peso de forma abrupta, o que não é desejado pela atual gestão. Analistas apontam que a taxa de câmbio efetiva real da Argentina deveria ser até 30% mais baixa para estimular a economia.
Consenso entre Bancos sobre Desvalorização
Existe um consenso entre os bancos de que a desvalorização da moeda é essencial para restaurar o equilíbrio econômico no país. Javier Milei defende a ideia de manter uma moeda forte como parte de um plano duplo que inclui a austeridade fiscal, para controlar a inflação e estabilizar a economia.
