Governo Lula é principal responsável pelo protagonismo nas negociações com os Estados Unidos, afirma Tarcísio
Tarcísio declarou que o encontro com o representante norte-americano e empresários tem o objetivo de unir forças para combater a alta tarifa.

Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), governador de São Paulo, declarou que o governo federal é o principal agente nas negociações com os Estados Unidos, visando diminuir a alíquota de 50% sobre as importações brasileiras estabelecida por Donald Trump (Partido Republicano).
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O governador declarou, em entrevista à CNN Brasil, que seu encontro com empresários e um representante da Embaixada dos EUA nesta terça-feira (15.jul.2025) tem como objetivo “somar esforços” e não competir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela atenção.
São esforços que se somam; não é para competir. O protagonismo dessa negociação é do governo federal. Nosso papel como governo do Estado é limitado, mas importante para demonstrar o senso de urgência na questão.
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O estado de São Paulo concentrou o maior volume de exportações do Brasil para os Estados Unidos em 2024, atingindo US$ 13,6 bilhões, que representaram 33,6% de todas as vendas brasileiras para o país norte-americano naquele ano.
Tarcísio complementou que a posição comercial de São Paulo em relação a Washington o leva a trabalhar para solucionar o problema do empresário e do produtor do Estado.
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O encontro de Tarcísio com empresários está agendado para as 9h30 desta 3ª feira (15.jul). Segundo a CNN, Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília, e representantes de 15 setores econômicos, incluindo carne, café, laranja, siderurgia, aviação, máquinas e equipamentos, também participarão.
Os Estados Unidos não possuem atualmente embaixador no Brasil. Assim, Escobar é o representante do governo norte-americano em Brasília. Na sexta-feira (11.jul), Tarcísio já havia se reunido com Escobar para discutir as tarifas.
Recentemente, o governador paulista tem demonstrado uma postura mais branda em relação à política de tarifas de Trump.
Assim que o presidente dos EUA divulgou, através de sua rede digital Truth Social, a carta destinada a Lula anunciando a alíquota de 50% para o Brasil na quarta-feira (9.jul), Tarcísio responsabilizou o governo federal pela medida. Na ocasião, publicou uma nota em que afirmou que “o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam”.
No sábado (12.jul), o governador paulista suavizou a postura e declarou ser imprescindível unir “esforços” para “resolver a questão”.
O objetivo é suscitar avaliações críticas.
Tarcísio recebeu críticas de ministros e aliados de Lula no Congresso em relação à sua reação à carta de Trump. Ele também foi criticado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por ter se reunido com Escobar em Brasília.
O deputado licenciado sentiu-se desrespeitado pelo governador, que, de forma independente, buscou soluções para as tarifas de Trump.
O Tarcísio utilizou canais inadequados. O filho do presidente está nos EUA. O Tarcísio não tem nada a querer costurar por fora uma decisão que provavelmente vai chegar a mais um acordo caruco [expressão popular usada quando apenas um dos lados da parceria sai prejudicado]. O Tarcísio tem que entender que o filho do presidente está nos EUA e tem acesso à Casa Branca.
Também a CNN Brasil, Tarcísio disse que não tem problemas com a opinião do filho de Jair Bolsonaro (PL).
“Sem problema. Atualmente, estou analisando São Paulo, seu setor industrial, a indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, nosso agronegócio, nossos empreendedores e trabalhadores.”
Tarcísio é frequentemente citado como possível substituto de Jair Bolsonaro na disputa pela posição da direita para concorrer à Presidência em 2026 contra Lula, que deve buscar a reeleição. Bolsonaro está inelegível, conforme decisão de 2023 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.