Governo dos EUA identifica mercados para realocar produtos do setor agro

A empresa procura identificar novos parceiros e ampliar o volume de exportações para mercados já estabelecidos.

27/07/2025 16:37

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Governo dos EUA identifica mercados para realocar produtos do setor agro
(Imagem de reprodução da internet).

O governo federal está identificando mercados para o desvio de produtos agropecuários que deixariam de ser exportados para os Estados Unidos, caso a tarifa de 50% seja implementada em 1º de agosto.

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São duas frentes: a abertura de novos mercados e a expansão de fluxos comerciais para destinos aos quais os produtos já são exportados, informam fontes ao Broadcast Agro.

O diagnóstico de alvos específicos está sendo conduzido pelo Ministério da Agricultura em colaboração com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Oriente Médio e Ásia são os focos das ações.

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A análise preliminar concentra-se nos segmentos mais impactados pela tarifa e com maior exposição ao mercado dos Estados Unidos, como suco de laranja, café, carne bovina, frutas e peixes, conforme apurado pelo Broadcast Agro.

O governo articula a estratégia em conjunto com o setor privado, principalmente em relação aos mercados a serem priorizados nas negociações bilaterais. Por outro lado, adidos agrícolas que atuam nas embaixadas no exterior receberam orientações para buscar importadores, oferecendo o país e identificando oportunidades no exterior.

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Câmaras de comércio já acionam o governo para apresentar seus países como destino possível para o redirecionamento dos produtos brasileiros, como ocorre nos países árabes.

A análise preliminar, apresentada ao setor produtivo pelo Ministério da Agricultura, aponta para avanços nas negociações de abertura de mercados, a autorização de frigoríficos e a discussão para a diminuição de tarifas de determinados produtos.

Todas as opções estão disponíveis para reduzir ao máximo os impactos do fluxo comercial prejudicado com os Estados Unidos. O primeiro passo é analisar os setores que apresentarão vendas inviabilizadas aos EUA com uma taxa de 50% e buscar ativamente por oportunidades, afirma um responsável que acompanha as negociações.

O Ministério da Agricultura recomenda intensificar as agendas do ministro com seus equivalentes de outros países, visando agilizar os diálogos com importadores de alto nível e desbloquear as negociações em andamento.

A abertura do Japão, da Turquia e da Coreia do Sul para a carne bovina brasileira está em estudo, com negociações em curso. O processo mais avançado é com o Japão, que já realizou auditoria no sistema sanitário nacional e deve autorizar a proteína brasileira em novembro deste ano.

O Brasil, ainda com oferta de carne bovina, busca ampliar as exportações para Indonésia, Vietnã e México. Há solicitação de habilitação de no mínimo 50 plantas, considerando os três destinos. A aprovação depende da autoridade sanitária de cada país importador.

Em relação ao suco de laranja, uma das negociações no processo inclui a solicitação de redução da alíquota de imposto cobrada pela China para a importação do produto brasileiro, que chega até lá com tributo de 7,5% ou 20%, o que atualmente restringe as remessas para o país.

A Arábia Saudita também é mencionada como um destino para expandir as vendas de suco de laranja.

A China também se encontra no centro de intenções de aberturas para frutas brasileiras, como a lima ácida, e de ampliar o comércio para produtos como manga e uva.

O Brasil e o México estão em negociação para a manutenção da isenção de adubo sobre produtos agropecuários de origem brasileira, que expira em 31 de dezembro, e também para a expansão do Acordo de Complementação Econômica nº 53.

Existem ainda oportunidades para expandir a promoção comercial de produtos agropecuários, como o café na China, com o aumento do consumo da bebida brasileira, e também do café brasileiro na Austrália.

Empresários do setor concordam com a estratégia de diversificação de mercados proposta pelo Executivo, contudo, em conversas reservadas com integrantes do governo, exportadores relataram ver efeito limitado das ações no curto prazo.

“São negociações longas e, em alguns casos, com pontos técnicos ainda a serem resolvidos”, declarou um representante dos exportadores.

A preocupação manifestada pelos exportadores reside, sobretudo, nos volumes já produzidos para os Estados Unidos, que se encontram em portos, no mar ou na indústria aguardando distribuição.

Não há espaço no mercado interno para absorver toda essa mercadoria de imediato, o que pode derrubar os preços. Mas para longo prazo fica a lição da importância de desconcentrar a pauta exportadora, observa uma liderança do setor.

Os exportadores solicitaram, inclusive, ao vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, um tratamento especial para remessas de mercadorias em portos ou em trânsito para os Estados Unidos.

A aplicação da alíquota de 50% deve ser observada para produtos com embarque a partir de 1º de agosto. A data base seria a informada na Bill of Landing, documento referente ao transporte marítimo de cargas.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem reiterado publicamente que 397 novos mercados para produtos agropecuários brasileiros foram inaugurados na gestão em curso, a partir de janeiro de 2023. Ele argumenta que o Ministério deve ser proativo na ampliação da busca por mercados.

O ministro também já reconheceu publicamente que, embora a estratégia seja buscar novos mercados, não é possível atender a todo o volume vendido aos Estados Unidos em dez a quinze dias.

O ministro Fávaro afirmou recentemente que a determinação do presidente Lula de intensificar o papel de abrir e ampliar mercados, e de buscar alternativas a essa produção brasileira, foi o tema abordado em reunião do setor agropecuário no âmbito do comitê interministerial que discute a reação do governo brasileiro ao tarifário dos Estados Unidos.

A preocupação do governo e dos exportadores se justifica pelos números da balança comercial. Os Estados Unidos foram o terceiro maior destino dos produtos agropecuários exportados em 2024, com embarques que somaram US$ 12,1 bilhões — mantendo-se essa posição no primeiro semestre deste ano.

De janeiro a junho, as exportações do agronegócio brasileiro para os Estados Unidos totalizaram US$ 6,63 bilhões, representando 8% do volume total exportado pelo setor na primeira metade do ano, conforme dados do Agrostat – sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro, administrado pelo governo federal.

Produtos florestais (US$ 1,762 bilhão, 26,6%), café (US$ 1,063 bilhão, 19,54%), carnes (US$ 1,063 bilhão, 16%) e sucos (US$ 743 milhões, 11,21%) são os principais itens da pauta de produtos do agronegócio comercializados para o mercado norte-americano.

O agronegócio brasileiro poderá deixar de exportar US$ 5,8 bilhões para os Estados Unidos, caso a tarifa de 50% anunciada pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros se concretize, estima a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

A projeção estima uma redução de 48% nas exportações de produtos do agronegócio para o mercado norte-americano, em relação aos US$ 12,1 bilhões comercializados em 2024.

Petróleo, café e aeronaves: principais produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos.

Fonte por: CNN Brasil

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